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(Lusa) – As autoridades da Guiné-Equatorial esperam que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) faça "um pouco mais" e tenha uma “presença ativa” perante a catástrofe causada pelas explosões, no domingo, em Bata, disse o embaixador em Lisboa.
“A Guiné Equatorial espera uma presença ativa da CPLP”, afirmou à Lusa o embaixador equato-guineense em Lisboa e junto da comunidade lusófona, Tito Mba Ada.
Todos os Estados-membros da CPLP enviaram “mensagens de condolências” - o que as autoridades de Malabo agradecem, sublinhou -, mas “este é o momento de fazer um pouco mais”, referiu o diplomata, questionado pela Lusa sobre a resposta do bloco lusófono ao pedido de ajuda lançado no domingo pelo Presidente equato-guineense, Teodoro Obiang, e formalizado no início da semana pelo embaixador junto da organização.
Tito Mba Ada sustentou que este é “o momento de defender os direitos humanos”, como o direito à vida, à saúde, à alimentação.
“A nossa relação com a CPLP tem de sair do escritório e ir para o terreno, onde está a ação”, considerou, sublinhando que a organização lusófona tem “estruturas e mecanismos de intervenção” em situações de emergência.
O embaixador equato-guineense referiu que “qualquer ajuda é importante”.
Questionado sobre se recebeu alguma indicação sobre um eventual apoio de Lisboa, que também pediu formalmente em nota verbal enviada ao Governo português, Tito Mba Ada disse acreditar que as autoridades portuguesas vão dar “uma resposta, na medida do possível”.
“Portugal está a coordenar no âmbito do mecanismo europeu”, afirmou o embaixador, comentando que “é uma sorte que Portugal esteja a presidir atualmente à União Europeia”.
O embaixador exemplificou que, dada a sua experiência “na gestão de crises”, as autoridades portuguesas poderiam colaborar com “assessoria, recursos humanos e a nível logístico”.
“Há países vizinhos, como Espanha e França, que já estão in loco, e esperamos que Portugal, um país amigo e estratégico, esteja também a acompanhar a Guiné Equatorial”, comentou.
Fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros disse à Lusa, no início da semana, que “o apoio à Guiné Equatorial será equacionado em coordenação com a comunidade internacional, nomeadamente no quadro das Nações Unidas e da União Europeia”.
A UE declarou que está pronta para enviar mais ajuda de emergência à Guiné Equatorial, afirmou esta quinta-feira o porta-voz para a Ajuda Humanitária, Balaz Ujvari.
A cidade portuária de Bata, a mais populosa da Guiné Equatorial, foi abalada em 07 de março por uma série de explosões num quartel militar, que provocaram a morte a mais de uma centena de pessoas e ferimentos em mais de 600, além de um número indeterminado de desalojados e avultados danos materiais.