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É de facto uma capital fascinante. Que vale a pena visitar, descobrir, apreciar! Centro mundial de muitas atenções; da moda, da gastronomia, da arte, da cultura... Com as caracteristicas da sua paisagem urbana, do século XIX; as largas avenidas, os cafés e as lojas de luxo, a torre Eiffel, o Sena. Os excessos e também as discrepâncias sociais e ambientais, tão acentuadas e visíveis.
É por ali que vivem e trabalham muitos portugueses. Há quem diga que se tornou na segunda cidade de Portugal, talvez a terceira. Certo mesmo é que são muitos; unidos na sua diversidade, estão bem integrados e ajudam na própria integração e desenvolvimento. Organizados e cooperantes, abraçam referenciados e ambiciosos projectos, através do movimento associativo; promovem e dinamizam os mais diversos eventos socioculturais e gastronómicos. Aos fins de semana e outros feriados, os portugueses de Paris vivem ao ritmo da tradição; com as rusgas tradicionais, os jantares temáticos, os festivais de folclore, o desporto e sempre com honras à nossa gastronomia, para não citar o cozido à portuguesa, o arroz de pica no chão/cabidela, o sarrabulho, o bacalhau... Tudo regado com bons vinhos. E ambiente tipicamente português!
FIM DE SEMANA PROLONGADO por Paris e arredores. Como diz a cantiga, “preparei-me e então fui”, até à cidade luz, onde sabia que iria “sofrer”, com as festas de São Martinho, os festivais de folclore, as rusgas e outras surpresas; as tais situações próprias do improviso. De tudo, impressiona a grande expressão de alegria e confraternização. Numa entreajuda e companheirismo que nos deixa orgulhosos. Com muita juventude comprometida, verdadeiramente implicada. Em Villiers-le Bell, em Vallée de Montmorency e particularmente, em Nanterre onde o barquense Manuel Brito preside e muito bem a ARCOP uma grande associação; activa, solidária e criativa. Falo na primeira pessoa: vim de coração cheio, também pelos momentos mais inesperados, emotivos e felizes.
ARCOP – SERÃO À VOLTA DO LINHO tarde de São Martinho, jantar e recreação do linho, festival de folclore. Somos, por natureza, um povo que gosta de celebrar, com muita paixão, as seculares tradições; no país, mas também no mundo da nossa Diáspora, onde tudo é ainda mais intenso e sadio! Somos isso mesmo: um povo que gosta de exteriorizar o seu sentimento de forma atraente e alegre. Prova disso foi o fim de semana de São Martinho, em Nanterre. A ARCOP (Associação Recreativa e Cultural dos Originários de Portugal) tem sido incansável na realização de eventos culturais e gastronómicos. Sempre com uma agenda cheia, no sentido de promover e dignificar o que somos e temos.
Um fim de semana prolongado, com o feriado de sexta-feira, na celebração de São Martinho; as castanhas, o caldo verde e o vinho. Com muita gente, onde não podiam faltar as concertinas e os cantares populares. No sábado vieram os preparativos para uma grande noite de festa, com um suculento jantar cultural; onde não faltaram as desgarradas/cantares ao desafio – Celorico/Ribeiro – as Rusgas tradicionais e a recreação à volta do linho, o tecido mais antigo da humanidade! “Serão à volta do linho”, foi uma excelente iniciativa, qual lição a carimbar a força da história e da tradição. Honrando e bem, todo esse legado que os antepassados cultivaram e promoveram. Tudo com uma sala cheia, rendida à intensidade e à qualidade de tão bela e profícua encenação. Os seus autores e participantes foram efusivamente aplaudidos, pelo seu trabalho e pela mensagem. Cereja no bolo, as rusgas populares, com as concertinas a tocar e dezenas de pares a dançar. Qual roda do Urca, ora numa chula, num vira, e/ou cana verde! Admirável toda aquela juventude, ali a dar ao pé, incansáveis também noutras tarefas de apoio à festa. E havia que preparar de novo a sala; no dia seguinte mais outro grande encontro com a tradição; o festival de folclore com cinco agrupamentos, represantantes de várias regiões de Portugal.
E assim foi, um Domingo vestido de colorido, com os trajes, os sons e os sorrisos que brotam do coração, tal é a paixão pela tradição! A Sala de Congressos de Nanterre voltou a ser o palco desse desfilar de Ranchos, de alegria e de outros motivos de amizade, de tolerância e de solidariedade.
TANTOS SÃO OS QUE POR LÁ ESTÃO Nanterre - Uma Terra da Barca. Manuel Brito, um barquense de gema - é o rosto de toda aquela dinâmica. Sereno, o carismático presidente, não escondia a sua satisfação. Três dias intensos, que se saldaram muito positivos, a todos os níveis. Também pela sua capacidade em gerir, dinamizar e unir! Homem comunicativo, mantém importantes contactos com o poder local, de quem depende para usar dos melhores espaços culturais da cidade de Nanterre. Onde se organizam boa parte das actividades da associação. Manuel Brito, tem ideias e sonhos, também em relação a Ponte da Barca. Que não se cansa de promover e dignificar! Bem ao seu estilo, o “amigo da gente”, define aquela colectividade deste modo: “Somos uma família, unidos e solidários”!
Finalmente, porque muito mais havia para contar, fica o anúncio público da próxima edição da grande Feira, Festa e Romaria, marcada para o dia 31 de Março - 1 e 2 de Abril 2023. Desta vez havemos de lá estar, para ver in loco o enorme trabalho que promove os nossos produtores nacionais, particularmente do ramo agroalimentar e claro turístico.
Parabéns pelo convívio final. De reconhecimento, de amizade e partilha. Felicito todos os intervenientes, que proporcionaram excelentes momentos de um fim de semana, especial, deveras marcante. Somos, de facto, Portugal em movimento. Em sintonia com os valores da nossa língua e cultura popular, por diversos lugares e recantos de França!