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O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, disse na quinta-feira que “não há nem nunca haverá corrupção no Benfica”, em resposta ao ‘caso dos emails’, e admitiu que o processo “manchou” a imagem do clube.
Em entrevista ao canal do clube, o dirigente negou categoricamente a existência de corrupção no clube e admitiu que para o emblema lisboeta foi “muito importante” a investigação da Polícia Judiciária, que levou a cabo buscas nas instalações das ‘águias’ e em casa do dirigente.
Segundo o presidente dos ‘encarnados’, está a ser “cometido um crime contra o Benfica há seis meses”, que é “sistematicamente repetido na televisão”, mas confessou não estar preocupado “com nenhum email”.
O líder do Benfica admitiu ainda que o clube “ofereceu bilhetes”, mas deixou uma interpelação: “Mas há alguém neste país que não ofereça bilhetes às instituições?”, referindo-se à oferta de entradas para encontros do Benfica, nomeadamente a um juiz do Tribunal Arbitral do Desporto, que entretanto se demitiu.
Vieira mostrou-se ainda solidário com o assessor jurídico, Paulo Gonçalves, um “grande profissional”, bem como outros membros da estrutura ‘encarnada’ envolvida no processo, e pediu à Justiça que “seja célere”.
“A única coisa que pedimos à Justiça portuguesa é que seja célere. Não podemos estar em ‘banho maria’ cinco ou 10 anos. Estes senhores têm de pagar uma fatura muito elevada”, atirou, reconhecendo: “Confesso que não estávamos preparados para este tipo de crime organizado”.
O dirigente, que assegurou aos benfiquistas que nos ‘emails’ “não há lá nada a corromper quem quer que seja”, admitiu que o caso “enxovalhou ou tentou enxovalhar a instituição Sport Lisboa e Benfica e tem conseguido criar medo”.
Sobre um ‘email’ onde pedia a Paulo Gonçalves para “dar cabo da nota” ao árbitro Rui Costa, o líder benfiquista reiterou que “se fossem ver os emails de toda a gente iam surgir coisas muito piores” e que o Benfica não é o clube que mais queixas fez sobre as prestações dos árbitros nos últimos anos.
Para Luís Filipe Vieira, o clima no futebol português “está de cortar à faca” e apontou o dedo ao FC Porto pelo “clima de medo e intimidação”, que afeta os árbitros e a “indústria do futebol”.
Vieira mencionou ainda o “desespero” de ‘dragões’ e do Sporting em voltar aos títulos, dizendo que o ‘caso dos emails’ e o “condicionamento à vista de todos” das arbitragens prejudica o futebol português.
“Desde que existe o vídeoárbitro, o Benfica ganhou os dois títulos (Taça de Portugal e Supertaça). Se o vídeoárbitro fosse infalível, o Benfica estava muito perto do primeiro lugar”, apontou o dirigente, que disse ainda que “é altura de mudar a sério, porque qualquer dia há um desastre”, e que os árbitros têm de “ser protegidos, porque o que se está a passar é grave”.
O líder dos ‘encarnados’ contou casos recentes, afirmando que no jogo que o Benfica realizou na Vila dos Aves, onde venceu por 3-1, a 21 de outubro, os dirigentes do Benfica tinham, na tribuna de imprensa, quatro elementos dos Super Dragões nas costas, em constantes insultos e ameaças.
No meio de tudo, “quem tem sido prejudicado gravemente é o futebol”, pelo “clima de ódio” instalado, pelo que o líder dos ‘encarnados’ se disponibilizou a sentar-se à mesa com outros dirigentes para discutir formas de “pacificar o futebol”, pedindo ainda aos árbitros “que se exponham” e denunciem.
Vieira criticou ainda o Conselho de Arbitragem, que “pelas nomeações que faz está a condicionar os árbitros”, e disse que o presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), o ex-árbitro Pedro Proença, “não tem o perfil” que considera enquadrar-se no cargo, mas deixou elogios a Fernando Gomes, “o melhor presidente de sempre da Federação Portuguesa de Futebol”.