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Rui Rio desafiou António Costa, para que Centeno e Sarmento, seu futuro Ministro das Finanças, tivessem um debate para esclarecerem o eleitorado, em relação às contas dos últimos quatro anos e às propostas de ambos para próximos.
Seria extraordinariamente importante para o eleitor, formar a sua opinião. Centeno recusou, argumentando que não era a melhor altura, o pior dos argumentos possível, porque não haveria melhor altura para tal debate, que em período de campanha eleitoral.
Mas claro que se percebe bem. Centeno seria por certo confrontado, entre outras, com esta bem simples e que desmonta completamente, a teoria das contas certas, repetida até á exaustão.
A narrativa é desmontável e Centeno sabe-o como ninguém. Não vou fazer uma análise à politica de Centeno, mas apenas e só centrar a atenção numa rubrica do Orçamento, a “Formação Bruta de Capital Fixo”, vulgarmente conhecida por “Investimento Público”. Ora nos três anos fechados do PS/Centeno, 2016,2017 e 2018 esta rubrica ficou abaixo do fixado no Orçamento, aprovado na Assembleia da República por PS, PCP e BE no montante de 3.120 milhões, com as consequência visíveis nos Serviços do Estado, com relevância no SNS.
Acresce que é publico que este governo deixa para o próximo pagar, despesas efetuadas mas não pagas, no valor de cerca de 3.500 milhões. Assim é fácil desmontar as contas certas. Os 3.120 milhões não utilizados, mais os 3.500 milhões, não pagos e portanto não contando para a despesa do OE somam 6.120 milhões, o que representa um pouco mais de 3% do PIB.
Assim se distribuirmos os 3% pelos três anos fechados 2016, 2017 e 2018 dá em média mais 1%/ano o que se traduzirá em acrescentar ao deficit extraordinariamente baixo alcançado, por exemplo o deficit de 2018 de 0,4% passa a 1,4% e por analogia o de 2019 previsto de 0,2% para 1,2%, dado que as previsões de desvio da rubrica “Investimento Publico” poder ser semelhante aos 1.600 milhões de 2016.
Cai por terra a teoria das contas certas e fica-se por uma redução do deficit numa legislatura de uns modestos 1,78% (em 2015 foi de 2,98%) à média de 0,45% ao ano. Centeno tem mesmo razão para recusar o debate, porque o Centeno, Presidente do Eurogrupo, não iria mesmo gostar do desempenho, do Centeno Ministro das Finanças.