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(Lusa) - Ossufo Momade, líder interino da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), venceu as eleições para a presidência do partido.
Ossufo Momade foi escolhido com 410 votos, enquanto Elias Dhlakama recebeu 238, Manuel Bissopo teve sete e Juliano Picardo recolheu cinco votos.
Um quinto candidato, Hermínio Morais acabaria por se retirar da corrida e apoiar Momade.
Os números foram anunciados hoje pela organização do 6.º Congresso da Renamo, que decorre desde terça-feira na Serra da Gorogonsa, centro de Moçambique.
Ossufo Momade, que já tinha sido designado coordenador interino da Renamo desde a morte do histórico líder, Afonso Dhlakama, em maio de 2018, é assim confirmado na liderança do partido, com a maioria absoluta dos votos, entre os quase 700 militantes persentes.
O programa do congresso prevê para hoje a tomada de posse do novo presidente, a eleição do conselho nacional do partido e respetiva mesa, assim como dos membros da comissão política nacional, conselho jurisdicional e, eventualmente, de um novo secretário-geral.
O discurso de encerramento do encontro estará a cargo de Ossufo Momade, que ainda hoje deverá dirigir a primeira sessão do Conselho Nacional do partido após a sua eleição como presidente.
O dirigente eleito já tinha dado a conhecer as suas intenções na intervenção de abertura do congresso, na terça-feira.
Na altura, ainda como coordenador interino da Renamo, defendeu que o partido deve continuar a ser uma alternativa de governação em Moçambique.
"A nossa missão e o nosso desafio é continuarmos a ser uma alternativa de governação", referiu, realçando a necessidade de fortalecer a coesão interna, para a Renamo "ser forte" no seu projeto de governação inclusiva.
Momade defendeu os ideais do ex-líder como forma de consolidar a democracia em Moçambique e comparou Afonso Dhlakama a figuras históricas como Nelson Mandela e Martin Luther King.
"O nosso saudoso presidente ensinou-nos a saber transformar as dificuldades em fonte de inspiração e crescimento", acrescentou, numa alusão às queixas da Renamo de fraude nas eleições autárquicas de outubro de 2018.
Ossufo Momade assinalou que o pacote de descentralização, fruto da trégua militar entre as forças governamentais e o braço armado da Renamo, em vigor desde dezembro de 2016, deve servir para fortalecer a democracia.