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Etimologicamente, e no seu sentido originário grego, a “aisthesis” é sinónimo de sensação e percepção, no âmbito da cultura helénica. Ao nível da compreensão, verificam-se duas linhas: a dos filósofos e a dos poetas, consistindo: a primeira, numa capacidade de perceber, conhecimento inferior ao da razão, eminentemente epistemológico e inferior à lógica. Nesta estética o respetivo campo estético é inferior ao intelecto.
Quanto à segunda, compreensão, a dos poetas, o seu sentido é fornecido pela percepção dos sentidos, o que implica que o seu objeto tenha as mesmas características que o objeto da percepção, igual à assunção pelo sujeito, sendo necessário que, do ponto de vista do objeto, este seja dotado das características do sujeito, isto é, clareza, proporção, medida. Os poetas revalorizam assim o poder da perceção sensitiva nas pessoas que têm todas as faculdades.
A Arte tem por fim exprimir a beleza, e produzir na alma dos espectadores a emoção estética, que o artista sentiu, e por meio desta emoção estética, a Arte moraliza e inspira a virtude. Na verdade, a emoção estética desapega a alma de tudo o que é pequeno e mesquinho.
A Arte é um refúgio, onde o homem encontra o repouso para as suas preocupações vitais, nascendo nele o sentimento da adoração e da admiração, desenvolvendo a simpatia, produzindo o respeito, contribuindo para uma melhor educação individual e coletiva, local, nacional, comunitária e universal.
A Arte, destinada, por essência, a elevar o homem, pode também produzir efeitos nocivos, mas cuja responsabilidade cabe, exclusivamente, ao espectador ou ao artista. A arte-pela-arte será sempre verdadeira, quanto se pretende exprimir um fim próprio, orientada no sentido último do homem que é Deus, sem O qual, o homem não pode viver, para O qual, o homem procura convergir, precisamente pela Arte, que é cultura, síntese do que há de mais perfeito, numa época, num país, numa sociedade, por isso: país sem arte, é país sem cultura, sem perspectivas, sem sentido último supremo.