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Neste preciso momento já não é necessário explicar o que é, mas tentar encontrar soluções para combatê-lo. O vírus de que se fala tanto na actualidade, cujo nome até crianças de 3 anos já o sabem dizer; que tantos tem atacado e outros tantos temem. Neste momento (20 de Março de 2020 às 15:30), no mundo inteiro estão cerca de 255’000 pessoas infetadas com o novo coronavírus e temos a lamentar mais de 10’400 mortos, sendo que na Itália já morreram mais pessoas que na China, onde o COVID-19 começou.
Cada país tem tentado combater esta ameaça invisível. Uns países fecham escolas, outros veem o comércio e restauração encerrados por decretos leis, criados de um dia para o outro e, já são alguns os que obrigam os seus habitantes a se fecharem em casa, numa tentativa de acabar com a propagação do vírus, como Itália, França e Espanha.
A Suíça neste momento tem os seus alunos em casa, onde continuam a aprender as novas matérias, com a ajuda dos professores à distância e dos pais que podem trabalhar em casa por perto. O Comércio e restauração também fechou, ficando apenas abertas as lojas de bens essenciais como supermercado, farmácias, quiosques, correios. Mas também a indústria e construção continuam a funcionar, para que, segundo os seus governantes, a economia não pare e o país possa preservar o maior número de empregos possível e a taxa de desemprego não aumente.
Mas será que os cidadãos concordam com estas medidas? Muitos são os que se perguntam: Onde ficam as vidas que se estão a perder e a um ritmo impressionante? Na Suíça, os números oficiais apontam para mais de 4800 infectados e 50 mortos, quando ainda há poucos dias o país contava apenas com 19 baixas e 2200 casos positivo de COVID-19.
Apesar de muito se criticar Portugal, os emigrantes acham em geral, que o seu país do coração faz mais pelas pessoas, que o país que os acolhe. “E os pacóvios somos nós! Em Portugal tomaram-se medidas... Há sempre quem diga mal, mas a verdade é que foram a tempo de remediar o mal inicial. Agora é continuar com as medidas e ver o resultado! Vai ficar tudo bem, vamos ficar todos bem! Agora no país que nos acolhe, não sei, não...”. Margarida Alfama afirma que em Portugal a grande maioria das pessoas cumprem as exigências e estão cada vez mais conscientes que, se não ficarem o máximo possível em casa, o país não retornará à normalidade. Ao contrário, a emigrante já se mostra bastante desiludida com o que tem lido sobre o que se passa na Suíça. Neste momento retida em Portugal, devido ao surto da pandemia, Margarida afirma que tem estado em contacto com os seus amigos na cidade helvética onde habita e que o que percebe é que “os únicos que estão preocupados são os portugueses, os suíços não querem saber”.
Diana Guerreiro, também emigrada na Suíça, fala da revolta que sente por não testarem a maioria das pessoas, só as consideradas em estado grave e, mesmo assim, o país ter praticamente esgotado os testes a esta doença. “Sinceramente isso só vai dar uma estatística de infectados bem inferior à real e esconder o problema; no cantão de Vaud o número de casos confirmados é astronómico e o número real deve ser ainda pior.” Diana, teme que a Suíça esteja apenas “a tentar ficar bem na fotografia e a sobrestimar a capacidade do seu sistema de saúde”. A mesma acha que o país que deixou (Portugal) ao já se falar em equipamentos emprestados pelo sector privado e até mesmo veterinário, mostra que o país está unido e “juntos somos mais fortes”.
Para a emigrante Andreia Alves Lopes, a situação descontrolou-se em tempo record “ainda há uns dias estava na China e agora está aqui, ao nosso lado ou já connosco sem sabermos”. Para a mesma, enquanto os “países vizinhos já fecharam tudo por completo, o nosso governo aqui na Suíça pouco faz”.
Para muitos visto como um país rigoroso, Andreia utiliza pouco este adjectivo no momento para descrever este país, em que o estado económico está a ser posto à frente do estado da saúde do país. Esta portuguesa coloca ainda questões relacionadas com o fecho das escolas, na forma como foi feito na Suíça: “As crianças estão em casa ok , mas quem fica com elas? Se os pais têm de trabalhar? E que adianta estarem em casa se os pais que têm de ir para a rua e podem trazer esse vírus para casa?”
Dina Camacho, outra emigrante portuguesa a viver na Suíça, é da opinião que este país tem substimado o assunto, sendo que as respostas e medidas tomadas não vêm a tempo e não são assertivas. “Existem muitos mais casos do que os que constam nos números oficiais, pois não testam as pessoas e vão continuar a aumentar, já que a economia é sempre mais importante”.
Na Suíça, o que conta é o poder do Bund (Conselho Federal) e, apesar de alguns cantões quererem encerrar a indústria da construção, após manifestações dos trabalhadores da área se terem manifestado neste sentido, o Conselho Federal já afirmou, que uma vez não ter sido essa a decisão do país, nem as firmas de construção, nem os cantões podem alterar essa decisão, correndo o risco de serem acusados de prática de crime de desobediência.
Tal como Vera Nunes, muitas pessoas comparam esta crise a uma guerra mundial, sem armas físicas. “Como se de uma bomba química largada no mundo se tratasse, com o problema de nem podermos ver o nosso inimigo”. E o desejo de Joana Batista, mãe de duas meninas, a mais nova com 5 semanas, é partilhado por todos, “que Deus nos guarde e que esta pandemia termine o quanto antes, para que possamos deixar de viver com medo desde que se acorda até ao deitar”.
O apelo de muitos emigrantes portugueses que vêm o seu país natal parando aos poucos e, com um número muito menor de casos que o chegado à Suíça, é que o mesmo seja feito no país que os acolhe: “Parem a Suíça, parem de uma vez e ajudem-nos, não é pedir apenas para ficarmos em casa, façam a vossa parte! Por mim, por ti, por nós, pelos nossos, por vocês!” como remete Andreia Lopes.
Enquanto se aguardam as decisões dos regentes mundiais, é imperativo que as pessoas se consciencializem que o vírus pode atacar qualquer um de nós e dos que amamos. Que mesmo sem saber, podemos ter um sistema imunitário mais fraco, ou uma doença escondida que nos traga dificuldades a lutar contra este problema. Não são só os nossos idosos, os nossos avós ou pais. São pessoas mais novas que padecem de problemas crónicos ou oncológicos, mas são pessoas saudáveis e novas que também já fazem parte do número de mortos. Alguns médicos já deram as suas próprias vidas para salvarem as nossas deste vírus. Portanto, é importante que o respeito pela vida humana se torne a nossa prioridade. Por isso por nós, por eles, por vocês e por todos, fiquem em casa o máximo que puderem e tenham o maior cuidado possível com o contato com outras pessoas e cumpram as regras de higiene, que constantemente nos são dadas a conhecer: desinfectar, lavar e não levar as mãos à cara, não é muito dificil!
O Mundo está perante uma crise e é importante que se deixe de pensar que é só uma gripe. Nada de histerismos ou compras apocalípticas, mas precaução e seguir as medidas da Organização Mundial de Saúde e dos ministérios de saúde dos países em que vivemos. A crise económica surgirá, mas com saúde e um número menor possível de baixas, trataremos dessa luta depois. O importante agora é parar uma pandemia que não tem ainda outra forma de se travar.