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Logo na minha primeira ida aos fundos da Biblioteca Real da Bélgica, analisando de relance as lombadas alinhadas, retiro uma das obras e mostro-a ao Dr. Michel Fincoeur. Tratava-se da primeira edição da “Mensagem”, de Fernando Pessoa. Portanto uma obra valiosa, simbólica e patrimonialmente!
E o que pude ver e depois ler no inventário produzido, é um conjunto de obras relevantes da nossa Literatura e da nossa História. Consiste numa biblioteca datada, um conjunto “congelado” no tempo da sua constituição, onde apercebemos para além dos clássicos (Garrett, Herculano, Camilo, Eça, Camões, etc.), os contemporâneos, ou próximos (Teófilo Braga, Junqueiro, Brandão, Lopes Vieira), muita literatura ligada aos Descobrimentos e bastantes sobre a nossa política colonial, obras de linguística e história da língua, sobre arte e artesanato, e, é claro, muitas edições relacionadas com o Estado Novo e Salazar.
Contém muitos volumes autografados, quer em dedicatórias, quer em doações ao Fundo, e cuja análise deverá merecer um pequeno estudo futuro (bastantes livros foram oferecidos por Alberto de Oliveira, diplomata que exerceu funções em Bruxelas e na Holanda, entre outras). No geral estão em excelente estado de conservação.
O que teria sido o até agora desconhecido Instituto de Cultura Portuguesa e a sua Biblioteca e como foi parar à Biblioteca Real da Bélgica?
Quem foi, ou foram, o fundador dessa Instituição que mereceu da imprensa de Bruxelas diversas notícias?
Quais foram as suas actividades?
Para já, visite a Biblioteca e peça as obras portuguesas catalogadas… que são milhares.
Depois, ir-lhe-emos contando o resto.