Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor!
A saúde mental é um dos assuntos tabu do século XXI. Menos mal, já que ainda há cinco séculos seria considerada uma possessão demoníaca e “tratada” na base do ferro e fogo pelas mentes menos esclarecidas a essa data. Felizmente a ciência foi evoluindo e hoje podemos compreender estas doenças de outra forma. Porém, esta compreensão fica circunscrita a algumas pessoas mais interessadas no tema, e, por isso, compreendida por poucos. Longe de me considerar um expert nesta matéria, venho hoje partilhar um pouco do que tenho aprendido e refletido a este respeito.
Na verdade, pretendo educar o(a) leitor(a) sensibilizando-o(a) para estas doenças que afetam muito mais pessoas do que aquelas que se pensa. Se verificar a origem da palavra “educar” poderá constatar que está relacionada com a elevação do ser humano para um estado fora de si. Algo que lhe acrescenta valor. Ou seja, vai além do conhecimento intelectual para a esfera das interações sociais e de compreensão do próximo. É precisamente isso que estou a procurar fazer!
Ora, o desconhecimento das particularidades destas doenças gera dúvidas e, consequentemente, inseguranças em quem não as compreende. O estigma social acontece porque é algo desconhecido, e porque não é do conhecimento geral questões como: como acontece, o que acontece ou por que acontece.
Neste sentido, considero que através de uma educação, através da partilha de conhecimento com a sociedade relativamente às doenças mentais poderá ajudar no entendimento e compreensão para com estas doenças, melhorando assim a qualidade de vida e apoio às pessoas que delas sofrem. Este artigo é por isso um apelo aos psiquiatras, psicólogos, terapeutas e todos os outros profissionais que acompanham pessoas com doenças mentais para partilhar o seu conhecimento e experiência com o intuito de educar a sociedade a compreender e apoiar as pessoas com doenças mentais. Se é um tema que ainda gera preconceito, não podemos esperar que alguém com doença mental aceite se expor dessa forma. Temos de ser nós, quem as acompanha, a sensibilizar a sociedade com o nosso conhecimento e experiência – eu sou “apenas” um Personal Trainer, e procuro fazer isto, imagine agora uma profissão com maior “autoridade” na matéria do que a minha...
O problema é que pensar que o corpo e a alma são entidades separadas gera uma sensação de controlo inexistente neste contexto. A velha máxima do “tu queres, tu podes” é uma mentira que só dificulta! Estamos a falar de alterações neuro químicas onde a simples concentração de uma determinada substância entre os neurónios determina o estado mental e pensamentos. Qualquer um de nós é dependente disto, quanto mais alguém que sofre, por exemplo, de uma incapacidade de produzir uma substância que gera prazer e pensamentos positivos? É a mesma coisa que pedir a um diabético tipo 1 para começar a produzir insulina no seu pâncreas. Não faz sentido!
Neste sentido o exercício pode realmente ser uma ajuda a vários níveis nomeadamente através da produção de substâncias precursoras de sensações de prazer. Porém, a intensidade deverá ser condicionada pela tolerância momentânea do executante já que se o cérebro pode associar o esforço físico a uma sensação de desprazer, e nesse caso o mais provável será a pessoa não querer voltar a repetir um comportamento que só aumenta as sensações menos positivas.