April 8, 2025

Montenegro esta condenado…

Mar 29, 2024 Hits:2358 Opinião

IMPORTANTE: COMEÇAR BEM

Mar 26, 2024 Hits:1532 Opinião

PÁSCOA DE BENEVOLÊNCIA…

Mar 25, 2024 Hits:1557 Crónicas

Pai. Funções Benéficas…

Mar 19, 2024 Hits:1407 Crónicas

SECÇÃO DO PSD-BRUXELAS …

Mar 18, 2024 Hits:2452 Opinião

Touradas: prática cultur…

Mar 16, 2024 Hits:1675 Opinião

Chega Triunfa no Algarve:…

Mar 12, 2024 Hits:3643 Opinião

Crónicas de uma Portugue…

Mar 11, 2024 Hits:1858 Crónicas

NOITE ELEITORAL E A CONFU…

Mar 11, 2024 Hits:1362 Opinião

A mudança está nas mão…

Mar 08, 2024 Hits:1415 Opinião

Mulher, a seiva da vida

Mar 05, 2024 Hits:966 Crónicas

AUMENTO DE PENAS DE PRIS…

Mar 04, 2024 Hits:1221 Opinião

Delenda Moscua

Mar 04, 2024 Hits:1201 Opinião

PROMESSAS ELEITORAIS

Mar 01, 2024 Hits:1475 Opinião

CANDIDATOS DO PS NA FEIRA…

Feb 29, 2024 Hits:2417 Opinião

Onde estava no dia 25 de Abril de 1974?

O fim da ingenuidade



Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor!


É o fim de um tempo e de uma forma de ver o mundo.

A chocante e inesperada invasão da Ucrânia pela Rússia veio acordar velhos fantasmas que a Europa pensara nunca mais voltar a ver. Quando o mundo estava prestes a ultrapassar a pandemia, a maior crise desde a II Guerra Mundial, eis que uma guerra em solo europeu, com consequências imprevisíveis, veio baralhar o concerto das Nações e os planos das lideranças mundiais. Foi preciso que uma guerra despoletasse às portas da UE para que os líderes, apanhados de surpresa, tomassem consciência da verdadeira situação em que a Europa se encontra, após levar décadas a promover uma espécie de diplomacia da ingenuidade.

Se a crise pandémica veio revelar as terríveis fragilidades e dependência da UE em relação à China em matéria industrial, a crise ucraniana exacerbou de uma forma dura, o resultado do desprezo e desinvestimento no setor da defesa a nossa ultra- dependência em relação aos EUA. Certamente, a eleição de Trump e o seu desprezo pela NATO e UE veio soar os alarmes europeus e relançou o debate acerca da necessidade da Europa repensar o seu lugar no mundo em matéria de defesa, mas não só. O debate previa-se lento, e arrastar-se-ia provavelmente no tempo. No entanto, a crise atual veio alterar o status quo provocando, não apenas uma pequena revolução na forma de agir, empurrando os vários líderes europeus para uma pronta e verdadeira tomada de decisão, rompendo com um comodismo e estagnação fatais. Neste aspeto, note-se que os franceses foram dos primeiros a manifestar uma vontade de mudança na política europeia, e logo após o Brexit.

A eleição de Trump, e a gestão da pandemia empurraram a questão da independência estratégica da UE para o centro das intervenções do Presidente Macron. Em Berlim, a sempre hiper-cautelosa Merkel dava, como sempre foi seu apanágio, sinais pouco claros e reticentes. A sua visão conservadora das relações internacionais, aliada a um certo cinismo na defesa única dos interesses económicos da Alemanha e da doutrina fanática austeritária, comprometeram, como aliás vemos hoje, a capacidade da UE se equipar e preparar-se estrategicamente face ao crescente poder de outros blocos económicos mundiais não-democráticos. A lógica era simples e ingénua: a mera interdependência económica e a globalização dos negócios seriam armas suficientes para travar qualquer tentativa ou desvario imperialista. A realidade veio provar que as teorias nem sempre funcionam, especialmente, quando se está a lidar com ditadores.

Ao seguir uma diplomacia da ingenuidade económica, os líderes ocidentais, não só ajudaram a fortalecer política e economicamente regimes autoritários, como fragilizaram a Europa no seu todo, colocando-a industrialmente dependente de uma China cada vez mais autocrática; energicamente dependente de uma Rússia imperialista patrocinadora de movimentos de extrema-direita anti-europeia e militarmente dos EUA, fragilizados após o descalabro das intervenções no Médio-Oriente. A chamada ordem uni-multipolar acabara por transformar-se numa ordem multipolar, pura e dura, assente em três centros políticos gravitacionais essenciais para a estabilidade e paz: EUA, China e Rússia. Destes três, dois são governados por regimes ditatoriais e autocráticos. A Europa, apenas com o seu soft power e o seu mercado interno pouco peso tem numa arena onde se enfrentam os verdadeiros Golias. Perante tal cenário, a Europa deslumbrada pelas maravilhas e promessas de um ultra-capitalismo mercantilista que ignora todo e quaisquer valores ou regime político, preferiu colocar-se nas mãos de regimes questionáveis, desprezando a sua própria condição, os seus próprios interesses e valores morais, acreditando que a confirmação da teoria da interdependência complexa e da dissuasão seriam suficientes para resolver o resto.

A invasão da Ucrânia veio abanar todas as estruturas. O tom está a mudar e vai ter mesmo de mudar. O discurso que Olaf Scholz proferiu em 27/02/2022 perante o Bundestag assumindo uma mudança radical na posição da Alemanha em matéria de investimento na proteção e defesa da Europa abrem um novo e inesperado capítulo da história alemã e europeia. As recentes medidas tomadas pela UE contra a Rússia e a Bielorrússia, sob a liderança de Von der Leyen indiciam, também elas, uma viragem drástica, mas necessária na forma como a UE encara a sua posição no mundo.

A Europa precisa urgentemente de voltar a rever toda a sua política geoestratégica reforçando o investimento e independência da sua industria, da sua energia, da sua economia e da sua defesa militar. O tempo urge. Perante as ameaças crescentes a nível político, económico, climático, geopolítico e militar a Europa, se quiser sobreviver, defender realmente os seus valores e pesar no seio das relações internacionais, terá de rasgar com a diplomacia da ingenuidade. Para o bem de todos.

Luso.eu - Jornal das comunidades
André Costa
Author: André CostaEmail: This email address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it.
Para ver mais textos, por favor clique no nome do autor
Lista dos seus últimos textos



Luso.eu | Jornal Notícias das Comunidades


A sua generosidade permite a publicação diária de notícias, artigos de opinião, crónicas e informação do interesse das comunidades portuguesas.


luso.eu Jornal Comunidades

A SUA PUBLICIDADE AQUI?

A nossa newsletter

Jornal das Comunidades

Não perca as promoções e novidades que reservamos para nossos fiéis assinantes.
O seu endereço de email é apenas utilizado para lhe enviar a nossa newsletter e informações sobre as nossas actividades. Você pode usar o link de cancelamento integrado em cada um de nossos e-mails a qualquer momento.

TEMOS NO SITE

We have 416 guests and no members online

EVENTOS ESTE MÊS

Mon Tue Wed Thu Fri Sat Sun
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31

News Fotografia