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No dia 15 de Abril escrevi num artigo de opinião publicado no Jornal LUSO com o titulo “O COVID-19 a Economia e as Lideranças” em que sugeria que a solução para a recuperação da Economia, teria de passar pelo apelo da UE a um dos seus pilares que serviram de base à sua constituição a “SOLIDARIEDADE” consubstanciada em apoios aos países, a fundo perdido, para que estes apoiem as empresas e as famílias.
A escolha era entre apoiar o emprego através do apoio às empresas em alternativa a suportar o custo de enormes taxas de desemprego, com consequências brutais na despesa, com reflexos até na saúde e sociais. As linhas de crédito, servem para empurrar o problema para a frente, e, findo o período de carência aparece a fatura. Países, sobretudo os do Sul, fortemente endividados, nos quais se inclui Portugal, empresas altamente endividadas, sendo as portuguesas das mais endividadas do mundo, e, famílias sem margem para mais endividamento, com a mais baixa taxa de poupança em 2019, inferior até a 2012, em plena TROKA, não aguentam mais.
A nossa Dívida Pública, agora divulgada pelo BP, atinge 262,1 mil milhões. Estrondoso fracasso deste governo, que em 2015, depois do PS ter perdido as eleições, fez assentar a sua atitude em assumir o governo, em vários chavões, sendo um deles “Estancar a Dívida Publica”, estava ela em 231 mil milhões agora em 262 mil milhões. Como pode Portugal, agora que a UE colocou em cima da mesa uma proposta de 500 mil milhões em fundos perdidos e 250 mil milhões em linhas de crédito, afinal ao encontro do que eu apresentava há mês e meio, e não longe da solução que também aventava, mais impostos para compensar este apoio e não um como eu dizia, mas talvez até cinco incluído, estando um já em vigor, a comparticipação nas receitas do IVA para o UE, provavelmente a ser elevada, criando depois novos impostos, para o digital, para o carbono, etc.
Neste pacote Portugal poderá receber de apoio a fundo perdido cerca de 15,5 mil milhões e mais 10,8 mil milhões em empréstimos. Ora os 15,5 mil milhões deu para alguns embandeirarem em arco, na realidade não há razão para tal porque, se as previsões de recessão de 2020, ainda recentemente apontas pelo FMI para valores entre 8 % e 12%, sendo menos negro, se for de 7% em Portugal, sabendo-se que esse pacote de apoio, não é para financiar o deficit, mas para apoio à Economia, não será sequer suficiente, embora vá dar uma forte ajuda.
Se Portugal solicitar a linha de crédito de 10,8 mil milhões, com uma Divida Pública agora em 262 mil milhões, estaremos a hipotecar mais o país e a prejudicar o crescimento futuro do PIB consumindo verbas gigantescas com o serviço da Divida, que seriam importantes para aplicar em outras áreas que dessa forma nos atrofiam o desenvolvimento e o crescimento.
Por outro lado tenho o maior dos receios, quanto à forma como o PS vai aplicar esse dinheiro, tendo presente que na legislatura finda teve 13 mil milhões de ganhos de conjuntura, e, não acautelou o futuro, gastou qual cigarra distribuindo benesses sem critérios de justiça social, dando tudo a todos e cantando hossanas de glória pelo fim da austeridade, ao mesmo tempo que colocava os principais serviços do Estado como o SNS, Educação, Justiça, Proteção Civil e Segurança em estado de precariedade, verdadeira austeridade aplicada à máquina do Estado, situação não atingida mesmo no tempo da TROIKA, e, simultaneamente fazendo crescer a Divida Publica até 262 mil milhões, ou seja mais 31 mil milhões. Como se vê, os 15,5 mil milhões que eventualmente virão da UE, serão rapidamente engolidos pela voracidade deste PS.
Espero que os partidos da oposição ao PS, e sobretudo o PSD como maior partido da oposição e alternativa de governo, exijam um acompanhamento muito rigoroso e transparente da aplicação dessas verbas, porque se assim não for, o mais certo tendo em consideração o histórico das governações socialistas com este PS, a coisa vai correr mal para Portugal e para os portugueses.
O CODIV-19 a ECONOMIA e as LIDERANÇAS