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Fui educado, ainda no tempo do anterior regime, com a máxima, «Há Governo? Sou Contra!».
Depois, depois da revolução, o meu pensamento mudou com a percepção do que era a política e a partidarite. «Há Governo e é do meu Partido? Sou a Favor! Se não o for, Sou Contra!».
Mais tarde, cresci, e desde há já uns anos que ...
Para mim, que não sou "sócio" de nenhum partido político, mas que, como qualquer de nós, gosto mais de uns do que de outros, <Qualquer Governo que governe bem, é um Bom Governo>.
Para mim, estas coisas não são como os clubes de futebol ou como as confissões religiosas, que cada um nasce com as suas, são educados assim, já o paizinho assim o era, e nunca mudam, porque sendo intrinsecamente suas, estas ideias, que nunca foram opções, são as melhores.
Para mim, que de política percebo menos que nada, mas penso, um governante, se for honesto, competente, atento, e tiver sentido de Estado, tem tudo para ser um bom governante.
E ainda, para mim, o chefe dos governantes, o chamado governante-mor, tem de cumprir e fazer cumprir todos estes itens, sem falhar nenhum, e tem, obviamente, de ser um líder, é um exemplo, para o Governo e para a Nação.
Ora aqui chegados, digo eu, parafraseando o nosso povo, a porca tem tendência a torcer o rabo.
Nos 22 governos constitucionais que o nosso País teve, nos últimos 48 anos, tivemos alguns ministros competentes. Tivemos alguns ministros honestos. Tivemos, ou melhor, não sei se chegamos a ter tido mais que um ou dois com sentido de Estado. E, não me lembro de termos chegado a ter um só que fosse, com tudo isso ao mesmo tempo. E quanto aos que foram chefes deles todos, também só tivemos um ou dois líderes.
Para tanta luta e conquista ao longo de tantos anos, para tanta suposta democracia conquistada, para tanta mudança radical que se queria para melhor, para tanta excelência nos mandantes que passamos a ter, tudo isto tem sido, convenhamos, muito pouco, mesmo poucochinho.
E, hoje, finalmente, ao fim de cinco meses, temos um novo Parlamento, e amanhã teremos um novo governo, mais curto que o anterior, publicitado com mais ministros mulheres do que ministros homens, como se só com isso se fizesse um bom governo.
Lá vamos conviver diariamente com caras conhecidas, algumas por más razões, com alguns freteiros que foram reconhecidos e subiram mais um degrauzito no aparelho, com alguma incompetência de um ou de outra, e com algumas caras que, desconhecendo-as, politicamente falando, me abstenho de sobre elas fazer considerandos. A ver vamos no que dão!
Que bom seria se pelo menos um deles tivesse as qualidades que eu reputo de essenciais, mas todas ao mesmo tempo.
O chefe?, bem, o chefe é o mesmo e já todos sabemos do que a casa gasta.
- Por decisão do autor, este artigo encontra-se escrito em Português, e não ao abrigo do «novo acordo ortográfico».