Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor!
Com as eleições legislativas marcadas para 30 de Janeiro de 2022, convém analisar quem são os responsáveis pela situação em apreço e observar o desenrolar dos acontecimentos. Para mim responsáveis há dois, António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa.
António Costa, hábil jogador político, após ter perdido importantes Câmaras Municipais (Lisboa, Coimbra, Funchal, etc.) e assistindo, simultaneamente, a um grande desgaste do seu Governo, encenou toda uma novela em torno do Orçamento do Estado, com o objectivo que o mesmo fosse chumbado, tendo a garantia de Marcelo que convocaria eleições antecipadas.
Aproveitando a mão (invisível) de Marcelo, Costa irá, por um lado, focalizar grande parte da sua actuação na responsabilização do PCP e BE no chumbo do Orçamento do Estado, tentando deste modo, capitalizar os votos dessa esquerda para o PS, e por outro lado, aproveitará o desnorte da direita para tentar seduzir o eleitorado flutuante, do centro, para assim tentar a maioria absoluta.
No que ao PSD diz respeito, este continua à deriva, sem saber o que fazer. Tem sido assim desde que Rio assumiu a Presidência do PSD, e nem agora com directas e congresso marcado, Rio consegue encontrar o Norte.
Quem acompanhou, mesmo que ao de leve, o último Conselho Nacional do PSD, poderia pensar que tinha sido declarado o Estado de Emergência no PSD, e que os Estatutos e Regulamentos estavam suspensos, tal o conjunto de ilegalidades propostas nessa reunião.
Rui Rio, que é, sempre, uma caixa de surpresas, tentou surpreender, com uma proposta nunca antes vista. Rio, propôs que, nas directas, votassem todos os militantes activos do PSD, mesmo os que não tivessem as quotas pagas. Já que para Rio os Estatutos não contam, poderia ter sido um pouco mais ousado e propor que só votassem, apenas e só, os militantes com as quotas por pagar!!!
Quanto ao CDS, infelizmente, está no caminho da irrelevância política, o que é mau para a democracia e para Portugal. As guerras internas e a falta de jeito e de bom senso da actual direcção, conduzirão o CDS do antigo partido do táxi para o partido da trotineta.
O PCP e BE estão na linha vermelha, pois nos últimos actos eleitorais ambos têm sofrido derrotas atrás de derrotas, o que poderá piorar nas próximas eleições legislativas, colocando em risco as actuais lideranças, mas que é, em parte, irrelevante, tendo em consideração o funcionamento orgânico desses partidos.
A Iniciativa Liberal, crescerá alguma coisa, mas continuará a ter pouco peso, no cenário pós-eleições, para formação de Governo.
CHEGA, como partido anti sistema, poderá capitalizar, e muito, com esta encenação política, o que se traduzirá num aumento de votos e Deputados eleitos.
Para o fim deixei Marcelo Rebelo de Sousa, o outro responsável pela situação em que nos encontramos. Marcelo é o pai e a mãe da geringonça. Não só apoiou a sua criação como, ao longo destes 6 anos, lhe deu todo o apoio e lhe aparou todos os golpes, ilegalidades e imoralidades. Mas Marcelo Rebelo de Sousa, para usar uma expressão que se usa muito pela Terra de Miranda, “está como um burro num batatal”. Está no seu habitat natural, no habitat da intriga e da chicana política. É aqui que Marcelo se sente bem, jogando as suas peças, envenenando aqui e ali, conspirando contra tudo e contra todos, manipulando tudo. O Resto, o País, isso nunca interessou a Marcelo.
Fernando Vaz das Neves
(Artigo escrito de acordo com a antiga ortografia)