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Homenagem ao Conde da Barca, Freguesia de Sá - Ponte de Lima.
Foi na tarde do passado dia 15 de Maio, que o grupo de Amigos Gastrónomos de Ponte de Lima, levou a cabo mais uma iniciativa cultural/histórica, numa sustentada homenagem ao Conde da Barca. Depois de uma visita à casa dos seus descendentes, situada no centro histórico da Vila, os convidados romaram até à Freguesia de Sá, onde se encontra a imponente Casa solarenga de Sá, (séc. XVII-XVIII) lugar do seu nascimento e também baptizado.
Para além do habitual grupo juntaram-se ainda outras personalidades da cultura; do poder local; das empresas; da horeca e restauração; da imprensa; do associativismo... Para, juntos homenagear, António de Araújo Azevedo, nobiliárquico Conde da Barca. Adelino Tito de Morais, coordenador do prestigiante encontro, na sua alocução deixou vincado, o seu papel e acção como diplomata, [Áustria, Holanda, França e Rússia] mas também interactivo noutros domínios, particularmente agricolas, com a atribuição de baldios aos agricultores menos favorecidos; a distribuição gratuita de ferramentas; doação das sementes, entre outros benefícios directos à produção agrícola; instalou ainda uma fábrica de tecelagem, na quinta da Prova, de onde era natural a sua mãe. Consta-se, inclusive ter havido, por sua iniciativa, uma fábrica de cerveja, em Ponte da Barca. O amistoso Conde da Barca morreu no Brasil, onde exercia funções na diplomacia portuguesa de então.
Esta evocação, que nos levou a "fazer memória", também nos faz reflectir sobre a nossa capacidade empreendedora e a responsabilidade de promover e valorizar o trabalho e a arte de produzir. De exercer os cargos com dignidade e aprumo, que redondem em benefício da causa publica; com os meios e as competências do nosso tempo! Serve também para reconhecer erros do passado, para salvaguardar e dinamizar, para obter um futuro sempre melhor. Mais igualdade e justiça social, mais e melhor saúde, mais qualidade de vida. Lembrar o Conde da Barca, ilustre Ministro de D. João VI é abraçar o sonho do sucesso, do compromisso individual e colectivo. É saber que podemos ajudar a construir uma sociedade mais independente e solidária. A presença do Senhor presidente da Câmara Municipal, Augusto Marinho naquele singelo, mas intenso momento de preito e gratidão foi de uma relevante importância, que convém sublinhar.
Em vista do nosso património imaterial, da nossa história e cultura, da nossa identidade. Ponte da Barca [concelho] possui uma extraordinária riqueza histórica e sociocultural, que urge desvendar, assinalar e promover. Depois de Fernão de Magalhães, que deve continuar a ser motivo de interesse e de propagação, com particular incidência sobre o que somos e temos, outros personagens, outras histórias, outras memórias, se devem erguer, quais bandeiras que nos identificam e protegem. Que nos catapultam para um prestígio ainda maior, com repercussões no turismo económico, no conhecimento e também no investimento, a curto e médio prazo. A classe política não pode, nem deve fazer tudo. Mas tem a incumbência de apoiar, de inspirar e dinamizar. De catalizar as competências e as energias, como chave do sucesso, juntamente com toda a sociedade civil. Figura incontornável desta região Alto Minhota deixou-nos um importante legado de empenho, perseverança e solidariedade.
Foi com alguma emoção que ouvimos os elogios [ Tito Morais ] a este nosso personagem, que interpelam no sentido da vigilância e da ambição. Que nos valha a lição, vincada nos propósitos de fazer, sempre mais e melhor; por nós mas também pelos outros!
No final da cerimónia e palestra de homenagem, foi servido, na belíssima sala de jantar da Casa de Sá, um copioso "copo de água", com os deliciosos produtos do comércio local. Oferta dos conceituados comerciantes de Ponte de Lima, do ramo da horeca. O pão de ló da Havaneza, o Folar Limiano, os salgados da Casa de São Sebastião, as pizzas do Fofinho, os bolos da Fátima Amorim, entre outras delicias, Apresentado pelo conceituado Chef Paulo Santos, digno representante dos seus colegas da gastronomia Limiana. Tudo sem faltar o bom vinho verde, da Casa da Cuca e Adega de Ponte de Lima, numa degustação e salutar convívio, que permitiu algumas boas conversas.
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