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Desde a antiguidade que presença de gatos em redor das nossas casas é uma realidade e Caminha não difere, no entanto, a situação e monotorização é controlada.No âmbito urbano os gatos tendem a agrupar-se em colónias e são capazes de se reproduzir com êxito.
O que acontece é que os moradores e as autoridades tendem a considerar os gatos de rua como uma praga, indicando que são uma fonte de ruído, maus odores, agressões por mordida ou arranhões, assim como transmissores de doenças.” Desde que esterilizados, como temos vindo a fazer, as colónias de gatos nunca serão uma praga nem um mal necessário mas, sim, um bem necessário, principalmente no controlo de ratos, por exemplo. Em algumas localidades são até uma "atracção.E, mais, já Mahatma Gandhi dizia "A grandeza de uma nação pode ser julgada pelo modo que seus animais são tratados!”, salientou Karine Torres, uma das responsáveis da associação “A selva dos animais domésticos de Caminha.
A solução é o desenvolvimento de colónias controladas, onde se implemente um programa CED – Captura, Esterilização e Devolução – ou seja, os gatos são capturados, esterilizados e regressam a um ambiente controlado, com um controlo populacional. Em Caminha e Cumprindo a vontade da população, que se manifestou através do Orçamento Participativo, elegendo, na terceira edição, o “Programa de esterilização animal”, a Câmara e a Associação Selva dos Animais Domésticos assinaram um protocolo, com vista à intervenção e estabilização das colónias de gatos existentes no concelho. “Em 2017 vencemos o orçamento participativo da Câmara Municipal de Caminha com a proposta "Campanha de Esterilização Animal".
Ganhamos 30000€ que temos gerido nas esterilização de gatas e gatos (não fazemos distinção de sexo pois achamos que o controlo deve ser feito nos dois sexos), na compra dos microchips, aquisição de armadilhas e medicações. É com esse prémio que temos feito o controlo de gatos errantes, já tendo gasto mais de 20000€ e esterilizado cerca de 200 gatas e 100 gatos. Todos os animais que são esterilizados pelo programa CED (captura, esterilização e devolução) é lhes feito um corte na orelha e colocada identificação electrónica (microchip).
Esta associação pretende muito mais no controlo das colónias de gatos no concelho de Caminha e, como tal, pretende sensibilizar a autarquia local pra “construção e colocação de abrigos de animais nas várias colónias, como temos visto vários municípios a fazer”.
O problema não é a criação da colónia, mas a manutenção desta. Em Caminha, existem os cuidadores de colónias, voluntários, que deverão ter em atenção determinados parâmetros. “Os cuidadores de colónias têm o cuidado de alimentar os animais que fazem parte da colónia, assim como, de nos avisar sempre que percebem que entrou um novo animal no grupo ou que algum deles precisa de cuidados veterinários. Aconselhamos, sempre, a que a alimentação seja ração, colocada em recipientes limpos e trocados quando já não estiverem em condições, de preferência não muito acessível e visível, em horários mais tardios, com menos movimento de carros e pessoas, inacessível a gaivotas.
Mas, infelizmente, nem sempre assim acontece “ainda recebemos alguns alertas de pessoas que alimentam animais com restos de comida espalhados por passeios, alimentos sem condições para alimentação de gatos. Entendemos que nem sempre se possa dar ração mas devemos sempre ter o cuidado de, ao alimentarmos animais, o fazer com o máximo de higiene e respeito pelo próximo”, adiantou Karine Torres.
A gestão de uma colónia de gatos com sucesso passa por estar restringida a uma área bem definida, área deve ser relativamente segura, não entrando em competição com espécies selvagens ou protegidas. Deve ter-se uma autorização escrita do proprietário do terreno ou um convénio com a autoridade competente. Este é um dos principais entraves.
Sempre que possível, os animais adultos dóceis e as crias que ainda estejam em idade de socialização são retirados das colónias e encaminhados para adopção.
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