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“Decretar ” o fim da pesca local”, por ser um veículo de transmissão da Covid-19, e definir medidas compensatórias”, é o que defende o presidente da Associação de Pescadores do rio e mar de Caminha, Augusto Porto, em resultado das dificuldades que a classe enfrenta devido à actual pandemia.
“Para sobreviverem os pescadores são obrigados a ir contra a lei, a pôr em risco a sua saúde e a de quem lhes compra o pescado. Não têm locais para a venda do pescado que capturam e, por isso, passaram a vender o peixe porta a porta, em contacto directo com as pessoas em locais, sem o mínimo controlo sanitário”, alertou Augusto Porto.
A paragem da pequena pesca implicará a tomada de medidas compensatórias que sejam ajustadas às necessidades destas comunidades piscatórias.
“As medidas que têm sido anunciadas são para as grandes empresas, mas na pesca local estamos a falar de empresas familiares. Os apoios que têm sido disponibilizados como, por exemplo, a lei -off´ ou empréstimos bancários não se adequam à realidade destas pequenas empresas”, referiu este pescador e presidente da associação.
Augusto Porto discorda da possibilidade que está ser equacionada pelo Ministério do Mar de determinar a paralisação da pesca entre 22h00 de sexta-feira e as 22h00 de domingo, até 31 de Maio. E, se tal fôr adiante esta medida ainda vai criar mais dificuldades à pequena pesca “porque é durante o fim de semana que as comunidades locais de pesca vendem mais peixe. É a sobrevivência de centenas de famílias que está em causa. São milhares de embarcações em Portugal que ficam completamente desprotegidas e à deriva”, salientou Augusto Porto.
“No actual estado de emergência, as pessoas encontrando-se em isolamento em casa ou nos seus postos de trabalho, só se dirigem para compras do nosso peixe que é vendido em locais específicos em mão, aos fins de semana. E mesmo assim as actuais vendas são muito diminutas, sendo que a maioria das embarcações já se encontram paradas ou com avultadas dívidas. É evidente, que se não for tomada nenhuma medida, há um sério risco destes profissionais começarem a fazer vendas avulso, sem qualquer controlo sanitário, potenciando o risco de contaminação pelo Covid-19”, referiu o presidente da Associação de Pescadores do rio e mar.
Diversos contactos tem sido feitos neste sentido e aguarda-se uma decisão em prol da classe piscatória local.
Luso.eu | Jornal Notícias das Comunidades