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Estacionar na vila de Caminha é uma dor de cabeça? Liliana Silva, actual candidata pelo PSD à câmara municipal afirma que “sim” é “horrível”, mas o actual executivo socialista liderado por Miguel Alves nada diz …
É verdade que nos dias de hoje quem conduz e tem necessidade de estacionar o seu veículo não tem tarefa fácil na vila de Caminha. Uma dor de cabeça para muitos que visitam esta vila, mas também para quem reside na vila que se confronta com este problema nos 365 dias do ano. E, se imaginarmos que nos tempos de Verão a população triplica a dor de cabeça também aumenta.
Acrescentar, ainda, que se estiver a falar de um dia em que acontece a feira semanal, local onde a maioria recorre para estacionar, estaremos a falar de uma tremenda dor de cabeça.
Apesar de se terem tomado posições pontuais nesta questão do estacionamento na vila de Caminha nunca foi sanado totalmente e as opções foram insuficientes para o volume de necessidade de quem mora e visita a vila.
Mas, vamos apontar sugestões existentes de estacionamento na vila … Em 2014 culminou a obra em que se criava um parque de estacionamento junto à estação dos caminhos de ferro e que conta com 81 lugares disponíveis, entre eles, lugares para pessoas com mobilidade reduzida, velocípedes e também para cargas e descargas e é gratuito.
Outra hipótese e na área envolvente à repartição de finanças, conservatória do registro Civil, Comercial e Predial e do Tribunal também existe, mas em regime de pagamento.
Este ano o actual executivo do município caminhense disponibilizou um novo espaço para estacionamento, concretamente no parque sito à Avenida São João de Deus, nas proximidades da EB1 de Caminha com 41 lugares.
A outra sugestão passa pelo largo onde semanalmente se realiza a feira, mas obviamente só disponível quando a mesma não acontece.
É suficiente? Muitas são as vozes que afirmam que não e da necessidade que se projecte e estude outras possibilidades
Contactamos o actual presidente da câmara municipal, Miguel Alves, e questionamos sobre esta problemática do estacionamento na vila e se havia projectos neste sentido, mas não obtivemos nenhuma resposta.
Por seu lado, Liliana Silva, actual vereadora da oposição e candidata pelo PSD à liderança da autarquia caminhense, foi peremptória ao afirmar que “a vila de Caminha tem de facto um grave problema de estacionamento, aliás Caminha e Vila Praia de Âncora. No caso da Vila de Caminha, como me foi objectivamente perguntado, a única obra feita por este executivo veio eliminar lugares de estacionamento e não criou as alternativas necessárias. Caminha tem que repensar o assunto do estacionamento de forma séria e responsável. Por outro lado temos que sinalizar os parques existentes na freguesia, para que quem nos visita não ande perdido criando situações desagradáveis de trânsito. O parque de estacionamento na Avenida Dr. Dantas Carneiro, deveria ser marcado e colocado em espinha para otimizar os espaços e existirem mais lugares de estacionamento.
O Parque de estacionamento do Tribunal também tem que ser redesenhado e reorganizado de forma a ser rentabilizado em questão de espaço para viaturas. Por fim, dar vida e corpo, aquele que é um projeto antigo de um estacionamento subterrâneo que vai desde o campo da feira até ao largo Calouste Gulbenkian, o qual, em abono da verdade, já estava previsto no projecto da Marginal de Caminha de 2013”.
Segundo Liliana Silva estas propostas são viáveis porque Tudo é possível, havendo vontade, rigor e estratégia. Temos é que pensar a sério nos problemas e dar-lhes soluções. É para isso que somos eleitos”.
Parque subterrâneo de estacionamento em Caminha?
Esta possibilidade esteve em cima da mesa quando no ano de 2010 o gabinete de arquitectura Castro Callapez venceu o concurso internacional de revitalização e reabilitação da frente ribeirinha da vila caminhense. “O parque de estacionamento de Caminha faz parte dos requisitos de programa de projecto de requalificação e revitalização da frente ribeirinha de Caminha lançado pela POLIS litoral Norte e como será fácil depreender a sua necessidade traduzida na obrigatoriedade de apresentação deste equipamento na forma de projecto de execução pressupunha a facilidade posterior de colocação a concurso público ou parceria público privada da sua construção como é natural uma vez circunscrito a sua implantação à actual praça COMBAULT, onde se englobam a feira sazonal de 4ª feira, o mercado municipal e o edifício dos CTT, este espaço do respectivo plano de requalificação obrigava à demolição dos actuais edifícios mercado e CTT), propondo a reorganização de toda a área de intervenção de acordo com o novo programa de parque de estacionamento subterrâneo e novo desenho urbano da praça e respectivos equipamentos a associar recorda", o arquitecto Paulo Callapez.
Este parque de estacionamento subterrâneo sob a actual Praça Pontault-Combault, “incluía o estudo de viabilidade e portanto a sua previsão do túnel rodoviário futuro, obrigatoriamente materializando as suas implicações infraestruturais na requalificação deste espaço equacionando todo o seu perímetro, e restantes edifícios nele contidos”.
O arquitecto Paulo Callapez, ainda, sublinhou que a nossa proposta vencedora do concurso apresentou solução que compatibilizava quer o novo parque de estacionamento quer a construção de um novo mercado municipal de uma forma faseada para que desse modo se pudesse intervir em todo o espaço destinado ao efeito sem que desse facto resultasse a interrupção dos serviços de mercado municipal de Caminha".
Existia todo um “entendimento e vontade” de dotar a vila de Caminha de um espaço de estacionamento “já que não existem transportes públicos e a maioria das deslocações se fazem por veículo próprio e o espaço urbano é muito limitado para o efeito devendo o seu centro histórico ser poupado a essa ocupação como aliás agora se denota com a recente intervenção no seu tecido", sublinhou Paulo Callapez.
Referir que este projecto do parque subterrâneo de estacionamento comportava já as perspectivadas construções futuras de um novo mercado municipal e a reorganização do espaço destinado a feira semanal SENDO que o seu espaço de superfície também mereceu um novo desenho de estadias e eventos bem como arranjo de exteriores com anfiteatro ao ar livre".
Este referido projecto ainda articulava a rede viária necessária, “Como a realização de rotundas e acessos a norte e sul onde nesta última se localizaria um pequeno interface de transportes públicos rodoviários. Será fundamental reflectir e observar de novo que este projeto mereceu ainda a atenção de nele se materializar um espaço destinado a equipamento, que se admita competir a respetiva autarquia conciliar, desde um pequeno supermercado para o atual Pingo Doce no Largo da Praia de Espanha, que não possui condições de salubridade adequadas, e que poderia também melhor integrar-se com o espaço de novo mercado municipal, quer ainda outro serviço que se encontre necessidade de alocar.
Todo este projecto da frente ribeirinha com a sua recuperação e revitalização seria “um projecto complexo e de forte compromisso e responsabilidade, em que todas as peças e projectos formam um todo, e em que por exemplo, os acessos e arruamentos, e as infraestruturas foram todas compatibilizadas para permitir um desenvolvimento harmonioso e de baixo custo, evitando alterações futuras sucessivas, e respectivos encargos daí resultantes para a autarquia e toda a população de caminha”, mencionou Paulo Callapez.
Este projecto algo ambicioso do parque subterrâneo foi “circunscrito com a camara municipal e a polis litoral norte um programa de 2 pisos subterrâneos, com 601 lugares de aparcamento, valor que considerou espectável e economicamente rentável á sua exploração, quer à construção em regime de concessão, ou parceria publico privada.
A tipologia e compartimentação de espaço interior do parque de estacionamento leva a que tenham que existir dois acessos automóveis independentes, ao espaço de subsolo, bem como as necessárias saídas de emergência, todos eles observados com rigor e segurança bem como a sua integração no desenho urbano da superfície da nova praça.
Por fim é de notar que a superfície da praça, antevendo a construção do novo edifício de mercado municipal, e restauração, e mirante integrado, a mesma foi desenhada por forma a regrar a implantação dos toldos e bancadas de feira semanal, bem como pontos de estadia e anfiteatro para eventos públicos, tais como concertos ou teatro. Aliás o espaço foi dotado de uma proposta de escultura urbana evocativa da geminação de caminha com combault, verdadeiro icon desta intervenção urbana e ribeirinha”.
Referir, ainda, que com a forma como o actual executivo decidiu realizar a obra do mercado municipal fica comprometido o projecto do dito parque subterrâneo.
Ainda quanto ao mercado municipal Paulo Callapez fez referência que “a nossa equipa teve reuniões com a camara municipal, que nos permitiu preparar propostas para desenvolvimento do novo edifício, o qual ainda e mais uma vez apresentámos desenhos de construção, mas que a camara não mais respondeu ou deu continuidade na altura”. Este arquitecto ainda referiu que “não parece ser tão permente a construção de um mercado municipal quando o estacionamento continua por resolver, e esse sim, é manifestamente constrangedor da vida e mobilidade da população e visitantes de caminha, mesmo fora da época balnear”.
A pergunta fica: “quanto ao estacionamento, o caso é bem diferente, e está bem á vista de todos nós, sem transportes públicos e sem espaço para estacionar numa população com tanta irradiação no território, na sua deslocação é inevitável o recurso ao automóvel, donde natural será perguntar como irá a autarquia resolver esta dificuldade de mobilidade? E a segurança da sua população? Retirando espaço para estacionar e penalizando tudo o que sobra?”, questionou Paulo Callapez.
Por sua vez, Liliana Silva, actual candidata à câmara pelo PSD, afirma convicta que a viabilidade para o parque subterrâneo depende da reformulação do projeto para o readaptar ao já existente, fazendo também algo que o atual executivo se esqueceu de fazer, ou seja, respeitar os direitos de autor de um projecto que venceu um concurso europeu entre as mais de 20 propostas e que pertencia ao arquitecto Calapez. Esse sim, já previa um parque de estacionamento subterrâneo. O novo projecto do projecto do mercado pode inviabilizar uma solução de futuro no que diz respeito a estacionamento subterrâneo e que faz falta à Vila de Caminha. Ganhando a câmara, será uma prioridade tratar deste problema que temos em mãos e dar-lhe uma solução. Diálogo entre as partes, entre os técnicos dos projectos e muito bom senso e responsabilidade serão a chave de sucesso para resolvermos o problema deste estacionamento em concreto”.
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