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A revitalização e reabilitação da marginal de Caminha é uma obra que tem perdurado no tempo e da qual os munícipes caminhenses pouco conhecem... Esta é uma obra reclamada há cerca de três décadas e que entre os objectivos sempre esteve melhorar e dignificar aquele que é o postal de boas vindas de Caminha.
Decorria o ano de 2010 é a recuperação desta marginal dava os primeiros passos com um gabinete de arquitectura do Porto, António Calavez, a ser o vencedor entre mais de vinte concorrentes, de um concurso de ideias lançado pela Câmara de Caminha em articulação com a unidade de gestão do Programa Pólis, destinado a requalificar a marginal da sede do concelho.
Segundo se avançava a obra estaria orçada em cerca de cinco milhões de euros e previa-se iniciar-se durante o o ano de 2011 , logo que apresentado o projecto final.Segundo apurámos, nessa altura, a feira de Caminha deveria deslocar-se para o Corgo, Vilarelho, deixando de estar ligada geograficamente ao Mercado municipal, cuja manutenção no actual local era uma das possibilidades em aberto.
Face às hipóteses estudadas, continuava de pé a construção de um túnel na marginal, a par dos parques de estacionamento subterrâneos no largo da feira, um dos propósitos da constituição da controversa sociedade público-privada "Caminhaequi", para os quais estaria destinados 3,5 milhões de euros.
Em 2013 a POLIS litoral Norte,criada em 2008, e depois de um interregno na execução da mesma, por necessidade de reprogramação das verbas do QREN e devido também ao processo em curso para a extinção da Parque Expo, que era a entidade executora da Polis, prolongava o programa , permitindo a concretização dos projetos contemplados e previa obras de reabilitação numa faixa costeira de 50 quilómetros nos concelhos de Viana do Castelo, Esposende e Caminha.
As acções que estavam previstas passavam pela renaturalização de áreas naturais degradadas, recuperação e proteção dos sistemas dunares; valorização paisagística e ambiental do estuário do rio Coura e do estuário do rio Âncora; valorização ecológica e revitalização das áreas do Pinhal do Camarido e do Pinhal da Gelfa; o Plano de Pormenor de Câmboas; construção da Ecovia do Litoral e dos Percursos Complementares a esta; e a requalificação e revitalização da Frente Ribeirinha de Caminha.
A estratégia passava por fazer de Caminha uma vila Autêntica, em que seriam valorizados e aproveitados o património natural, histórico, cultural e arquitetónico. Havia também uma grande preocupação ao nível da sustentabilidade, nomeadamente, no que tocava à mobilidade e tráfego. As solicitações de pescadores e comerciantes no sentido da melhoria das suas condições de trabalho considerava-se não serem esquecidas.
O actual executivo socialista da câmara de Caminha, liderado por Miguel Alves, considerou ser “verdade que até 2013 se prometeu muito para a marginal de Caminha mas nada se fez. Também é verdade que até 2013 nem um cêntimo se investiu no concelho de Caminha no âmbito da Polis Litoral Norte”.
O autarca Miguel Alves reclama como obra do seu executivo a ecovia entre Moledo e Vila Praia de Âncora, o Passeio Dr. Francisco Sampaio que inclui uma ponte sobre o rio Âncora, o Cais da Rua em Caminha, o desassoreamento do rio Minho, a reconstrução do Paredão de Moledo, a proteção das dunas do Camarido, a proteção da Duna dos Caldeirões e tantas outras.
“Nunca foram encontrados os mecanismos financeiros que permitissem a realização global da obra”, referiu Miguel Alves.
Este executivo também reclama para si o lançamento da construção de um novo mercado municipal.
E, quanto à referida construção de um parque de estacionamento, Miguel Alves adiantou que “quem detém o direito de superfície do denominado Largo da Feira é a PPP das Piscinas de Vila Praia de Âncora, a decisão sobre a construção ou não de parque de estacionamento, pertence-lhe.
Por sua vez, os vereadores na câmara de Caminha pelo PSD, puxam os seus galões e reclamam para si a conquista da POLIS chegar a esta vila. Segundo estes vereadores “este foi um processo muito demorado, porque a proposta vencedora foi excluída por ter incluído o preço do IVA no preço final (uma questão administrativa que fez arrastar nos tribunais a impugnação da decisão), por isso demorou tanto tempo até que fosse adjudicado o projecto ao gabinete do arquitecto Calapez que foi quem ganhou o projecto. Mesmo assim, o projeto foi elaborado e foi possível apresentá-lo publicamente no Teatro Valadares em 2013, sendo anunciada a sua execução por 3 fases”.
Segundo conseguimos apurar estas fases estariam divididas em uma 1ª desde o Hotel até mais ou menos onde é o quartel da GNR, e que comportava a requalificação do cais dos pescadores; a 2ª fase entre a GNR e o mercado, estando prevista a construção de um parque de estacionamento subterrâneo, e para isso “foi concedido o direito de superfície para que o privado pudesse fazer a obra; e, por último, a 3ª fase seria entre o Centro Comercial Atlantic e a rotunda do ferry.
“É falsa a argumentação de que o terreno da feira, estava penhorado! Esta foi a desculpa para constantemente adiar a obra do mercado. No âmbito deste projecto estava prevista para além da construção do mercado novo, a deslocação do edifício dos CTT e a criação de uma estrutura que daria apoio a eventos como feiras agrícolas, caminhadoce, ou outros eventos. Teria ainda esplanadas e espaços públicos renovados sem trânsito, com vista ao lazer e estava a ser negociado com as infraestruturas de Portugal no sentido de avaliar um túnel, para que pudesse haver uma leitura e acesso directo com o rio e centro da vila”, segundo os vereadores do PSD na câmara caminhense. “das críticas do atual executivo era de que tinham passado seis anos e não tínhamos feito nada. A verdade é que deixámos o projecto executado e pronto a ser iniciado nem que fosse por fases! O actual executivo fez apenas o projeto do Cais, que é exatamente o mesmo projeto apresentado em 2013, com pequenas alterações ajustadas às necessidades dos pescadores, frisaram.
Liliana Silva, vereadora e actual presidente da concelhia social democrata, é peremptória ao sublinhar que a obra da marginal “é mera continuação da ecovia”. Esta líder laranja refere que “a frente ribeirinha precisa de uma intervenção urgente e convicta . Temos que virar Caminha para o Rio e fazer fluir essa energia por todas as artérias da freguesia. Mas, para isso acontecer as pessoas tem de ser ouvidas.
Liliana Silva lamentou, ainda, que o executivo de Miguel Alves só tenha dado conhecimento da actual obra na última reunião camarária após os vereadores sociais democratas terem solicitado a documentação sobre o projecto que só foi enviado quando a obra já estava em execução. “Nem nós nem os caminhenses percebemos o que ali ia ser feito. Agora, no final de Fevereiro, depois de pedido, conseguimos perceber pelo menos que só vão alargar passeio e mudar a iluminação. Mas, a verdade é que Caminha precisa de uma estratégia que volte a reavivar a Marca Caminha que tanto nos orgulha a todos.”.
A marginal de Caminha sempre foi considerada um espelho de água do concelho, e um espelho de atractividade turística com uma beleza imensurável.
Investimento de meio milhão de euros requalifica marginal de Caminha
Esta 2ª feira, a câmara de Caminha adiantou que a marginal de Caminha está a ser requalificada, num investimento de cerca de meio milhão de euros. Em comunicado, o município adianta que a obra neste espaço, “muito procurado, mas que se encontrava degradado”, vai “criar uma ecovia com novas condições para peões e ciclistas, recuperando da melhor forma a relação de Caminha com o estuário do rio Minho”.
Esta obra irá ligar a zona do Estaleiro do Quintas ao local onde está o Posto Náutico, criando uma via pedonal e de elevada qualidade, articulada com a rede viária, com os outros meios de transporte e com os locais de estacionamento existentes, em consonância com as medidas previstas no âmbito do PAMUS 2020 – Plano de Ação para a Mobilidade Urbana Sustentável”. Ainda de acordo com o município, “em breve começará também a construção do novo Mercado Municipal, outro espaço degradado na frente ribeirinha que vai desaparecer a curto prazo, dando lugar a um equipamento moderno e equilibrado, um polo de atração com condições de funcionalidade e conforto para visitantes e comerciantes”.
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