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A ante-estreia absoluta do filme sobre a vida de António Variações, teve lugar no passado dia 19 de Agosto nas Termas de Caldelas - Amares, concelho do distrito de Braga de onde o cantor era natural e onde começou a trabalhar com pouco mais de 10 anos, numa oficina de quinquilharia.
A ante-estreia de “Variações” que assinala também 35 anos após a sua morte e 75 do seu nascimento, teve como palco o magnífico e acolhedor Parque das Termas de Caldelas, numa sessão gratuita ao ar livre.
A estreia do filme a nível nacional, tem lugar no dia 22 de Agosto em todas as salas de cinema portuguesas, onde são esperadas lotações esgotadas.
Na apresentação do filme, o qual a crítica já avança como sendo o “Filme do Ano”, entre outros, esteve presente a família do cantor, o realizador João Maia e o actor principal Sérgio Praia que interpretou o papel de António Variações.
“Variações” é o primeiro filme português a ser exibido em tecnologia Dolby Atmos, que “proporciona aos espectadores uma experiência sonora mais imersiva”.
Segundo a produtora, o filme foca, precisamente, “o processo de transformação” do António Variações, artista excêntrico e popular cuja carreira fulgurante foi interrompida pela sua morte”.
O filme aborda ainda a vida amorosa de Variações, nomeadamente o seu relacionamento com o cabeleireiro de Lisboa Fernando Ataíde.
Variações, em Maio de 1983, era um dos mais populares artistas portugueses, com mais de 100 espetáculos marcados para o Verão.
O seu primeiro disco, “Anjo da Guarda”, foi fenómeno de vendas e Variações faz o seu concerto mais “apetecido”, segundo a produtora, na Aula Magna, sendo a primeira parte de Amália Rodrigues, o seu maior ídolo.
Em 1984, Variações grava o seu segundo e último álbum, chamado "Dar e Receber”. Morreu nesse mesmo ano no dia de Santo António, 13 de Junho de 1984 com 39 anos. Foi a primeira personalidade pública que, supostamente, morreu de SIDA em Portugal. Está sepultado no cemitério de Fiscal - Amares.
No final da apresentação do filme em Caldelas, em declarações à imprensa, um dos irmãos mostrou-se decepcionado com a película, dizendo que estava “desiludido com o que viu” e que [a produção] “preocupou-se mais com a intimidade do que com a vida artística e profissional” do Variações.
Essa reacção ao filme, dos familiares não surpreendeu ninguém, pois quando em 2003 escrevi sobre o António e referi que ele ”foi a primeira personalidade pública que se suspeita ter morrido de SIDA em Portugal", ( pode ser lido aqui: http://bit.do/antonio-variacoes) alguns familiares criticaram-me.
É público, que o António queiram ou não, é um excelente músico que abriu horizontes musicais e é também inquestionavelmente uma referência da comunidade gay, tendo sido eleito em 2015 como o maior ícone gay português pelos mais de 2 mil votantes num inquérito online levado a cabo por um site português de notícias e cultura LGBT. Alguns familiares não aceitam a evidência e continuam a tapar o sol com a peneira…
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