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Um fim de semana diferente, produtivo em eventos culturais, viveu Ponte de Lima entre sexta e Domingo último, 12 do corrente.
Desde a 30 ª edição da Feira do Vinho Verde e Produtos Regionais, até à estreia da Facha Romana, os Limianos e outros mais que de fóra se associaram ás actividades, esgotaram unidades hoteleiras, bebidas frescas e os principais multibancos na sede do concelho!
Entre a assistência a um ou outro programa, o nosso epicúrio começou pela festa do néctar da videira, mas informemos os nossos leitores, hoje, pelo êxito com a Facha Romana. O festim ocorreu em dois dia, 10, feriado nacional, e 11 Sábado.
Seis dezenas de figurantes trajando a rigor, com adereços também, como capacetes, armas brancas, coletes, estandartes, calçado, tudo baseado num guião elaborado pelos dois grupos de teatro envolvidos: o Art´ In Facha, sob a batuta do amigo Puga, e o Gacel, da Ribeira, liderado pelo Domingos Morais.
Ensaios, preparações, estudos de dispersão de todo o figurino pelo castro de S. Estêvão, intervenções no decorrer da recriação histórica, envolvência com a população, assim assistimos, assim cumpriram e assim querem os organizadores repetir em 2023!
Convidado a um introito na amplificação sonora, recordamos então a nossa experiência nas sondagens arqueológicas iniciadas em 1978, sob direcção do saudoso Carlos Alberto Ferreira de Almeida, da Faculdade de Letras do Porto. As descobertas, várias, importantes, recolhidas na vila, no Museu dos Terceiros: fragmentos de cerâmica grega, romana, castreja. Civilizações de outros tempos, de vivências reproduzidas pelos intervenientes actores; tudo começou com a entrada da marcha romana no acampamento, o castro de S. Estêvão ou da Senhora da Rocha, percurso iniciado num par de torres de vigia em madeira, trazidas de Coimbra, cenário pré – real, reconstituição com rigor, símbolo dum perímetro do povoamento romano, pois foi esta a civilização predominante naquele património cultural da Ribeira Lima, e único no noroeste da península ibérica, pelo achamento da cerâmica grega, recordemos!
Toda o exército disseminava-se pelo espaço histórico, as damas romanas repartiam-se entre suas funções domésticas e de vendedoras do mercado alimentar: vinho, porco no espeto, compotas e cervejas artesanais, azeites aromáticos, mel, enchidos vários… E, nas mesas, para quem desejava banquetear-se com familiares ou amigos, todo a gastronomia era servida em cerâmica de barro vermelho, marcada - Facha Romana – nas peças de pratos, tigelas, bilhas, canecas ou copos, encomendadas pela organização em olaria barcelense.
Perante centenas de espectadores, provenientes além freguesia, pois encontramos amigos da Correlhã, Geraz do Lima, Arcozelo e vila de Ponte de Lima, também as entidades oficiais se associaram. Entre as presenças, o vereador da Cultura, educação e turismo, Paulo Sousa; o pároco da freguesia, Padre Paulo Gomes e o Presidente da Junta, Manuel Laranjo. Preocupado, sempre atento para que nada falhasse, entre digressões pelo castro, visitas ao mercado alimentar e outras áreas, o “imperador mór”, avistava-se, José Cândido Lopes, presidente da comissão de Festas.