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O presidente do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP) vai voltar a candidatar-se a conselheiro por entender que muito foi feito, mas ainda há mais para fazer num mundo que está diferente em relação a 2016, quando assumiu o cargo.
O mandato inicialmente previsto de três anos acabou por durar até 2023. Pelo meio, uma pandemia que mudou o mundo, com mazelas que ainda hoje se sentem nas comunidades portuguesas, particularmente no movimento associativo que tem hoje dificuldades em ser como antes da covid-19.
Flávio Martins deixa a presidência do Conselho Permanente (CP) do CCP com a consciência de que também este está hoje diferente e que os emigrantes portugueses e lusodescendentes têm hoje um conselho com maior importância, embora se queixe de Portugal ouvir pouco os portugueses que vivem foram do seu país.
“Acho que temos ainda muito trabalho a ser feito. Avançámos bastante em algumas questões mais públicas de apoio às comunidade e mais ainda na estruturação do CCP”, disse à agência Lusa.
E recordou que este CCP começou “quase que do zero em 2016”.
“Hoje temos um arcabouço regulamentado, histórico e memorial. Até a título de transparência, prestamos contas do que é gasto, do que é recebido”, referiu.
Para Flávio Martins, o CCP podia “ter avançado mais em algumas questões internas e também em políticas públicas para as comunidades”, mas entende que “é do processo”.
“Acho que o trabalho que foi feito desde 2016 foi muito bom e podemos avançar mais ainda”, observou.
Para o presidente do CCP, o mundo mudou desde 2016, mas também as próprias comunidades portugueses que são hoje “cada vez mais dinâmicas, no sentido de estarem a integrar-se perfeitamente nos países de acolhimento”.
Também o CCP mudou, através da alteração da lei que o regula, um processo longo, mas que promoveu alterações que, para Flávio Martins, podiam ter ido mais longe, como a possibilidade do voto eletrónico.
Desde sexta-feira (27 de outubro) e até ao próximo dia 06 de novembro, os candidatos a conselheiros poderão apresentar as candidaturas para as eleições de 26 de novembro.
Em virtude da recente alteração da lei, o número de conselheiros aumentou de 80 para 90.
Segundo Flávio Martins, dos atuais 65 conselheiros, mais de metade irão candidatar-se à reeleição. Ainda assim, “haverá uma boa renovação”.
O presidente do CP do CCP acredita que, dos 90 lugares, cerca de 80 deverão ser ocupados.
“Vamos ter um acréscimo do numero de conselheiros, o que é bom, dá mais representatividade e pode ser que existam mais mulheres e mais pessoas jovens”, adiantou.
O orçamento do CCP também cresceu de cerca de 100 mil euros para 420, ainda assim aquém dos 480 mil euros propostos pelo CCP.
Antes das eleições, o CP do CCP, que é o órgão de consulta do Governo em matéria de emigração, reúne-se em Lisboa, entre 08 e 10 de novembro.