Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor!
Mourinho venceu Descartes.
O senhor que disse "penso logo existo" separou o corpo da mente. Mourinho disse que são duas coisas inseparáveis.
Pôs em campo Nietzsche quando disse que "uma boa guerra faz qualquer causa".
E, trouxe ao jogo Heidegger e Viktor Frankl quando disse que o ser humano tem que estar sempre à frente dele próprio e que o futuro é que é o desafio.
Para Mourinho o futuro determina o presente. Quando inicia uma conferência de imprensa já começou o jogo e quando fala no fim de um jogo já começou o seguinte.
Mourinho diz ainda que quem apenas souber de futebol nunca será um bom treinador.
Quando chegou ao Chelsea escreveu uma carta a cada jogador em que a frase comum era "ser campeão é uma atitude e só acontece no campo se acontecer fora dele"!
Para Mourinho o jogador não é apenas um profissional é sobretudo um ser humano. Aqui derretou Taylor, um profissional não é uma máquina é uma pessoa.
Por isso nunca se centrou apenas na táctica, na técnica ou na preparação física. Ele vê o todo, tem uma visão holística do futebol. Jogadores, equipa técnica, dirigentes e adeptos.
Todos fazem parte da equipa.
Quer saber tudo sobre os seus jogadores. Tudo o que está para fora do balneário para com isso vencer dentro das quatro linhas. A vida pessoal de cada jogador faz parte do jogo. Só com onze jogadores não ganha um jogo. Precisa de onze seres humanos.
Onze seres humanos que acreditem que o futuro é que importa. Que ele enquanto treinador morrerá com eles numa guerra que é o futebol e em que a causa dessa guerra é a vida de cada um dos seus jogadores.
O "Special one" mudou o paradigma futebolístico.
Podemos dizer com alguma propriedade que existe no futebol um aM e um dM.
Um antes de Mourinho e um depois de Mourinho!