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A infelicidade humana será um estado de espírito que, em última análise, afeta, gravemente, a produtividade de quem sofre deste mal e reflete-se, certamente, na competitividade das instituições empresarias, públicas e privadas, nas associações de vária natureza e fins, porque a motivação para o trabalho profissional, e para a intervenção cívica, praticamente, desaparecem. As pessoas perdem a Confiança nos seus dirigentes, em si próprias e no futuro.
Com efeito: «A Confiança é reconhecida como um fenómeno emocional que predispõe as pessoas a se entregar e se abrir para trocas, o que fomenta a cooperação e a transferência do saber, encoraja-as a dizer o que pensam e experimentar sem medo de ser punidas, o que favorece a inovação; derruba barreiras defensivas e colabora com o fluir da organização. Ela pode ser a chave para navegar através da complexidade e incerteza de novos cenários organizacionais.» (NAVARRO & GASALLA, 2007:67).
Admite-se que a pessoa confiante, nas suas capacidades, nos seus projetos, nos seus princípios, valores e sentimentos, tem mais possibilidade de sucesso e, correlativamente, ainda que numa atitude relativamente materialista, ser mais feliz, porque de contrário, se pensar que é infeliz, perde a Confiança e isso pode provocar consequências negativas para as organizações, tais como: «Apatia e desinteresse; alto nível de absentismo; aumento do número de acidentes; pouca integração e cooperação entre áreas e pessoas; aumento da resistência às mudanças; pouca lealdade para com a chefia e empresa; imagem negativa interna e externa.» (RESENDE, 2000:133).
A pessoa verdadeiramente humana torna-se tanto mais confiante quanto mais Segurança sente nas diversas dimensões da sua vida: pessoal, familiar, profissional, associativa, social e axiológica. É claro que Confiança gera Segurança e Felicidade, mas para que tal aconteça é importante o domínio, mais ou menos profundo, de conhecimentos e possuir experiência de vida, através do estudo, do trabalho e da formação ao longo de toda a existência.
Em boa hora foi decidido, por exemplo, incorporar no Código do Trabalho Português a obrigatoriedade de formação profissional que estabelece: «No âmbito da formação contínua, o empregador deve: Promover o desenvolvimento e a adequação da qualificação do trabalhador, tendo em vista melhorar a sua empregabilidade e aumentar a produtividade e a competitividade da empresa; (…) O trabalhador tem direito, em cada ano, a um número mínimo de trinta e cinco horas de formação contínua, ou sendo contratado a termo por um período igual ou superior a três meses, um número mínimo de horas proporcional à duração do contrato nesse ano.» (Código do Trabalho, Artº 131º, in: CUNHA, et. al., 2010:390-391).
As três vertentes humanas, em título: Confiança. Segurança. Felicidade, que também se podem equiparar a um estado de espírito, muito propício ao sucesso, não sendo as únicas, constituem um bom princípio para ter uma vida excelente que, por sua vez, abre portas para novas e melhores oportunidades, nos vários contextos em que a pessoa está envolvida na sociedade. Aqui chegada, toda a pessoa tem fortes possibilidades de assumir cargos mais importantes, com mais responsabilidades, mas também com estatuto sócioprofissional e remuneratório muito mais aliciante.
Numa linha de ascensão profissional é desejado, pela maior parte dos trabalhadores, atingir a categoria máxima possível, dentro da organização, designadamente a de líder, responsável por um determinado departamento, chefiando a/s respetiva/s equipa/s de trabalho. Ora, um primeiro passo para ganhar a Confiança dos seus superiores, colegas e subordinados é ter Humildade.
Pode-se aceitar que a Humildade é uma: «Atitude associada à competência cumplicidade. Infelizmente, é muito comum encontrar profissionais pouco maduros, que relacionam humildade com debilidade, quando na verdade a humildade tem mais a ver com fortaleza de caráter. Numa organização a atitude de humildade implica assumir os próprios erros, reconhecer dificuldades e compartilhar sentimentos.» (NAVARRO & GASALLA, 2007:79).
Acredita-se que a Humildade fortalece a Confiança, a Segurança e a Felicidade, porque ela implica uma exposição reveladora de uma autoavaliação que transmite aos colaboradores a falibilidade da pessoa e dos sistemas e, portanto, ninguém é perfeito, absoluto e insubstituível, bem pelo contrário.
Com esta atitude de Humildade, que se pretende verdadeira (o excesso de humildade pode assemelhar-se à vaidade encapuzada), fica-se mais próximo da sociedade complexa onde os erros humanos grassam nas pessoas e nas instituições, porém, nem sempre assumidos por quem os pratica.
Confiança e Segurança são duas poderosas alavancas para um progresso sustentável: quer na vida pessoal, familiar social e profissional; quer noutros domínios da intervenção humana na sociedade, designadamente na política e na religião, mas é preciso demonstrar, não só pela retórica, mas, principalmente, pela práxis, de que estamos confiantes e seguros para assumir determinadas responsabilidades.
Bibliografia
CUNHA, Miguel Pina, et al., (2010). Manual de Gestão de Pessoas e do Capital Humano. 2ª Edição. Lisboa: Edições Sílabo, Ldª.
NAVARRO, Leila e GASALLA, José Maria, (2007). Confiança. A Chave para o Sucesso Pessoal e Empresarial. Adaptação do Texto por Marisa Antunes. s.l., Tipografia Lousanense.
RESENDE, Enio, (2000). O Livro das Competências. Desenvolvimento das Competências: A melhor Auto-Ajuda para Pessoas, Organizações e Sociedade. Rio de Janeiro: Qualitymark.