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Permitam-me expressar a minha opinião sobre o pudor hipócrita, um fenómeno que parece estar arreigado na nossa sociedade e desafia os nossos bons costumes, liberdades e hábitos.
Este pudor hipócrita, importado já há algum tempo por uma casta de seguidores acéfalos que, infelizmente, está a fazer escola nas nossas gentes, pode parecer moral, mas não é mais que uma forma disfarçada de controle e restrição. Impõe leis e costumes que, em vez de proteger a nossa comunidade, cerceiam a nossa liberdade.
E como podemos aceitar, dar a um pequeno grupo de pessoas o poder de decidir o que é bom e certo para todos nós? Somos pessoas com pensamento, coração e vontades próprias e distintas. Não podemos ser influenciados por uma mentalidade coletivista que nos tenta uniformizar, sufocando a nossa autonomia e a nossa individualidade.
Quando observo essa tendência, não posso deixar de pensar no, agora famoso, "grupo dos trinta e sete", quais inquisidores de mentes tacanhas e bafientas, que tardou onze anos a pensar, até acabar por actuar, mas mal. E também no presidente do nosso burgo que demorou somente um dia a aceitar as pretensões da petição, cedendo à pressão deste grupo local de eventuais ilustres, notáveis e artistas, e outro a reverter a decisão, alegando desconhecimento do que se passara na sua Câmara nos idos de 2012. O que já me não deixa surpreendido, mas não deixa de me deixar indignado.
Sinto vergonha alheia, quase duzentos anos depois, Ana e Camilo continuam com o seu Amor Proibido, pressionados desta vez, como da outra, por invejas cheias de críticas baixas e pretensas razões morais e estéticas, trazendo à colação desta vez, a dignidade da mulher, onze anos depois da estátua de Fernando Simões estar exposta em espaço público junto à cadeia da Relação.
Parece que estamos numa "Acção de Perdição", uma vez que, parece, a procissão ainda vai no adro.