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A relação da Arte com a Vida Social desempenhou sempre um papel muito importante, em todas as literaturas de determinado grau de desenvolvimento. Há quem diga que não existe o homem para as coisas, mas sim as coisas para o homem; não é a sociedade que serve o artista, mas o artista que serve a sociedade.
A arte deve contribuir para o desenvolvimento da consciência humana, para o melhoramento da ordem social. Outros, porém, negam tais conceções e consideram a arte um fim em si mesmo, e utilizá-la para alcançar outras finalidades, significa desvalorizar a dignidade da obra artística.
O problema, porém, tem de ser analisado à luz do que foi, e do que é a arte. Com efeito, a obra de arte nem sempre foi interpretada da mesma forma, variando com os tempos, com as culturas e com as religiões. De facto: desde a arte com caráter utilitário; até à arte com um sentido simbólico, é possível descrever uma gama de interpretações que nos surpreende.
O ideal de beleza, predominante, em determinado tempo, em certa sociedade, ou em designada classe de uma sociedade, tem a sua raiz: já nas condições biológicas do desenvolvimento do género humano, que criam particularidades de raças; já nas condições históricas do nascimento da existência desta sociedade ou classe.
E, precisamente, por isto, acontece ser sempre o ideal de beleza muito rico em determinado conteúdo, que não é inteiramente absoluto, isto é, incondicional. Quem se torna adorador da “Beleza Pura”, não se autonomiza por isso das condições biológicas, históricas e sociais, que determinam o seu gosto estético, mas fecha os olhos, mais ou menos conscientemente, a tais condições. É impossível dissociar a arte da vida social, porque aquela é condição para que esta se desenrole em harmonia e equilíbrio.