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Há quem afirme que «Deus é a chave da unidade na visão do mundo do crente monoteísta» e o próprio termo Deus é de natureza religiosa, não podendo ser apropriado pela Filosofia, embora contenha questões que interessem, ou afetem, o pensamento filosófico, porque o homem, na sua atividade religiosa, se caracteriza por descobrir um âmbito sagrado, ao qual se refere com adoração e expectativa de salvação, remetendo para um ponto mais além, de todas as manifestações simbólicas ou hierofanias.
Tal ponto é já o Mistério, o que é específico da religião monoteísta e, para compreender a sua essência, teremos que colocar o seu Deus único, ao lado do Mistério, invocando-se Aquele pelo diálogo da oração, e assim, o Deus único do Mistério e o Deus invocado pela oração, resumem-se na fórmula do Mistério Agraciante.
Neste primeiro raciocínio sobre Deus, parecem importantes as ideias definidoras do termo Deus, como sendo de natureza religiosa e, por outro lado, que no âmbito do sagrado, se condense o Mistério Agraciante.
Importa, igualmente, destacar a aproximação dos dois termos básicos no desenvolvimento, e que são: a Razão e Deus, porque se Este, é um termo religioso; aquela, é a capacidade de recolher, ordenar e unificar a realidade, aparecendo Deus como princípio de toda a realidade.
Ora, se a Razão tem capacidades tão profundas, é razoável que o homem, através dela, acredite na existência de Deus, na medida em que os seres humanos necessitam de sentido para as suas vidas, sentido que encontram acolhendo-se a uma outra visão do mundo, que dá consistência e unidade às suas condutas.
Mas a Razão que aqui se desenvolve, não é de natureza científica, do âmbito das ciências empírico-positivas e formais abstratas. A Razão que efetivamente nos impele para Deus, é uma “Razão Vital”, que atravessa a vida do homem, e se deixa penetrar por essa mesma vida, é uma razão que supera o sentimento trágico, segundo o qual, Deus não se consegue pela razão científica positiva, o que faz sentir tragicamente o problema.