
Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor!
Dia de Páscoa, Pessach, passagem, retiro exige reflexão. É tempo de refletir, ponderar e isso parece ser tudo de que menos queremos. Gostaríamos todos que as guerras já não existissem, que o sofrimento alheio fosse anulado, que a minha alegria fosse suficiente para contagiar o mundo inteiro em só-r-risos.
Mas abrimos os jornais e há lá tanta tragédia. Tantos dramas sem solução que os meus parecem tão pequenos e, também, maiores, pela frustrante impotência prática em aplacar a dor alheia. Há os que morrem de fome, há os que não têm teto, há os muitos migrantes forçados, buscando refazer as suas vidas. Há os trabalhadores que não conseguem pagar as suas contas. E há os doentes, tantos, tantos...que eu não precisava lembrar deles hoje, deve estar pensando você que me lê... Por outro lado, há uma indústria bélica ávida e governantes pouco políticos, há os mercados que precisam lucrar, há os profissionais liberais e todos os outros que vivem dos desdobramentos de tudo isso... O que seria do sistema prisional se não houvesse criminoso? E dos hospitais, se não houvesse gente doente?
E há a fé e as casas de fé. Mas a fé maior é a interior. É a que se constrói e se reconstrói em cada dia de lamento que é todo dia para muita gente. É uma casa mais bonita que “A Casa” do Vinícius de Moraes e que bem canta o Toquinho, porque diferentemente da letra desta, a casa interior da fé tem chão e todos podem entrar... Talvez, o chão seja de dor para a quebrarmos e forrarmos de alento...
Que neste ano, passemos daqui acolá em esperança, como nas pontes coloridas pelos rios e natureza em volta. Atravessemos a dor em paz, para que tudo o que for aparentemente mal se transforme em amor e volte a luz a reinar na superfície de todas as águas... Sejamos Luz uns aos outros e isso já será suficiente para prosseguirmos...