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Robôs que pensam por nós, armas autónomas, alteração do mercado do trabalho e perda do sentido crítico ou lado negro da inteligência artificial.
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O 'padrinho' da inteligência artificial (IA), demitiu-se da Google e alerta sobre perigos da tecnologia, abrindo as portas a cenários de pesadelo.
Quando a vida corre mal, dizemos mal e até pensamos que se pode tratar de mau-olhado. Aqui é o ser humano que está a construir o seu perigoso futuro. Desde sempre a tecnologia, a começar na invenção da roda, veio para facilitar. Mas se a roda de um carro passar por cima de alguém, passa a ser prejudicial. Mas a inteligência artificial veio para ficar.
Agora teremos que aprender com esta nova realidade que é em simultâneo oportunidade e ameaça.
Geoffrey Hinton, um dos cientistas da computação que ajudou a nascer a inteligência artificial, demitiu-se da Google, percebendo o nefasto alcance da IA, mostrando-se arrependido do seu trabalho. Lamentavelmente já o deveria ter feito há muito ou nem devia sequer ter iniciado esta revolução.
A sensação positiva de estar a falar com os chatbots (robôs virtuais), mascarada de linguagem humana, esconde os perigos da inteligência artificial não se podendo imaginar os seus limites de atuação.
Os chatbots (robôs virtuais) não são mais inteligentes que os humanos, mas são imensamente mais rápidos no seu raciocínio e podem um dia vir a suplantar a nossa raça, deixando-nos sem pensamento crítico.
Imagina a perda do desejo de procurar, a vontade em duvidar e tomar tudo como certo, a concentração para meditar, o vagar para afirmar, a necessidade em considerar, a prudência em ordenar e a repulsa por qualquer tipo de injustiça.
Não está em causa perder empregos a favor da inteligência artificial, mas sim, perder a atitude, a resiliência, a vontade. Deixar que a inteligência artificial tome conta de nós.
As pesquisas na internet e outras atividades quotidianas do ser humano poderão vir a ser afectadas por robôs virtuais, que fazem uma aprendizagem profunda. Os robôs virtuais vão aprender com os humanos ao ponto de não sabermos com quem estamos a falar porque irão adoptar a nossa própria linguagem e de uma forma mais rápida e eficiente. Tal como uma criança, os robôs virtuais irão aprender através do nosso exemplo sem haver possibilidade de os distinguir. A condução autónoma, ou seja, os autocarros sem motorista já sabem reconhecer um sinal de paragem e param no local adequado assim como as cores dos sinais dos semáforos. A este propósito será instalada a quarta luz de cor branca, que simplesmente quer dizer aos condutores humanos: segue o carro à tua frente. Quanto mais carros sem motorista estiverem a circular, mais importante se tornará este sinal para os condutores humanos. Outro exemplo é a possibilidade de o robô virtual poder distinguir o conteúdo das fotos. Poder escolher entre milhares de fotos, aquela que procuramos. Vais ao Google e escreves “cavalo”, provavelmente vão surgir resultados de texto mas também de fotos e vídeos relacionados com cavalos.
Mas o perigo é que o tipo de inteligência artificial que está a ser desenvolvido é diferente da inteligência humana. Somos seres biológicos, temos sentimentos, espírito crítico, criatividade e vontade.
Os sistemas digitais apenas copiam os nossos comportamentos, o que constitui um problema a ser resolvido. No entanto os robôs virtuais como o ChatGPT, Bing, Bard (da Google), Jasper, YouChat, Chatsonic e tantos outros podem processar e partilhar conhecimento instantaneamente. Imagina que sempre que um amigo do teu grupo descobre algo de novo, partilha de imediato com todo o grupo, sem ser necessário ir tomar um copo ou ir até ao café para partilhar as novidades.
Por isso o padrinho da inteligência artificial mostra-se arrependido por ter ajudado a desenvolver esta ameaça e demite-se do cargo na Google.
Lembra-te que fotografias, vídeos e textos podem ser alterados sem grande dificuldade, e as consequências para a estabilidade social podem ser más. Nunca acredites naquilo que vês na internet. Pelo menos questiona de onde vem, quem escreveu e muito mais antes de partilhares o que quer que seja. Não te deixes enganar nem manipular por uma máquina. O GPT-4 (actual modelo de linguagem em que assenta o ChatGPT) ultrapassa uma pessoa na rapidez e quantidade de conhecimentos gerais que tem.
Cair na dependência de um robô virtual para nos facilitar a vida do dia a dia pode sair caro. Imagine-se que um dia as armas poderão tornar-se autónomas devido à inteligência artificial.
O destino está na mão dos governos, da população em geral e dos cientistas da computação.
Os riscos no imediato do desenvolvimento da inteligência artificial incluem a desestabilização do mercado de trabalho, do mercado de capitais, do armamento automatizado bem os perigos de conjuntos de dados perniciosos.