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Os meios de transporte público em Portugal motivaram queixas devido a atrasos e cancelamentos de viagens, o que dificultou a mobilidade, originando longas filas de espera.
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Nunca os passageiros registaram tantas queixas contra os transportes públicos nos últimos 7 anos, desde que foi criada a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT).
Recorda-se que "A AMT tem por missão regular e fiscalizar o setor da mobilidade e dos transportes terrestres, fluviais, ferroviários, e respetivas infraestruturas, e da atividade económica no setor dos portos comerciais e transportes marítimos". conforme Decreto-Lei n.° 78/2014, de 14 de maio.
As razões mais comuns para estas queixas são o cancelamento de viagens e os atrasos, justificado parcialmente por um período muito marcado pelas greves, originando filas de espera ainda mais longas. O aumento da procura dos transportes públicos depois da pandemia, a falta de motoristas e de veículos de transporte de passageiros também contribuíram para o sentimento de descontentamento geral.
O grau de insatisfação dos utilizadores dos transportes públicos tem sido crescente, causando um mau estar social elevado. A população activa, os estudantes e os reformados encontram graves dificuldades para se deslocarem nos transportes públicos em Portugal.
Como pode um português produzir se chega ao trabalho já cansado pelas longas filas de espera pelo transporte público ou não chega quando o mesmo é cancelado? Ou está horas preso no trânsito dentro do seu automóvel?
Como pode um estudante ir assistir às aulas ou fazer os exames se os transportes públicos falharem?
Os seniores praticamente são esquecidos e votados ao isolamento por falta de transportes públicos.
Em 2022 as reclamações assentam maioritariamente sobre a Rede Nacional de Expressos, o Metro de Lisboa e a CP, de acordo com dados divulgados pela AMT, o que coloca em causa dos direitos dos passageiros.
62 queixas por dia é o número médio de reclamações registadas pelos passageiros em 2022, tendo aumentado em relação aos anos anteriores. São os operadores de transporte rodoviário e ferroviário de passageiros os principais alvos de reclamação, com 66% das queixas.
De acordo com a Pordata, INE e com os Censos, a população empregada total e por meio de transporte utilizado para o local de trabalho, revela os seguintes resultados.
Houve uma diminuição de 5,6% da população activa de 2011 para 2021, quedando-se em 3.805.165 pessoas empregadas, das quais a maioria utiliza automóvel próprio para se deslocar para o trabalho (2.761.442 pessoas empregadas). 482.269 pessoas deslocam-se a pé para o trabalho. Em seguida, o meio de transporte mais utilizado foi o autocarro (206.269), significativo, embora em muito menor número que o automóvel. O comboio ainda é menos utilizado (113.454 pessoas).
A diminuição do número de pessoas empregadas que utilizam meio de transporte para ir trabalhar também pode estar relacionada com o facto de pois da pandemia ter surgido o teletrabalho, onde as pessoas não utilizam qualquer tipo de transporte porque simplesmente trabalham em casa.
De motociclo (https://www.luso.eu/colunistas/cronicas/os-sonhos-adiados.html) ou bicicleta circulam 84.331 pessoas.
No Metropolitano foram contabilizadas 64.335 pessoas empregadas em 2021. Por fim, o número de pessoas empregadas que utilizaram o transporte colectivo da empresa e o transporte da escola somaram 64.820 pessoas. As restantes 27.548 pessoas empregadas utilizaram meios de transporte alternativos que não se encaixam nos anteriores.
Cerca de 72,6% das pessoas empregadas em Portugal utilizam como meio de transporte o automóvel, considerando que alguns destinos não têm transportes públicos ou transportes alternativos ou iriam levar bastante tempo para chegar lá. Mas também é verdade que a rede de transportes públicos não está suficientemente desenvolvida para atrair mais passageiros.
Por outro lado, estas queixas aqui descritas, como os atrasos, os cancelamentos de viagens, as greves, a falta de motoristas ou de viaturas, tornam difícil a adesão de maior número de passageiros aos transportes públicos.
Nesse sentido houve perda de qualidade na mobilidade dos portugueses na última década.