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Portugal é o quinto país mais envelhecido do mundo e, segundo vários estudos, em 2100 terá apenas quatro milhões de habitantes maioritariamente idosos, se prosseguir neste caminho.
Um bom político, um Estadista, pensa no seu país a 40 anos e não nos próximos 4 anos, nas próximas eleições.
A falta de nascimentos é assumidamente um problema e, como tal, a natalidade tem que ser incentivada com urgência para inverter o que se prevê: um país deserto e velho e quem sabe impróprio para velhos.
E isso, não vai lá com subsídios ou prendas de mil euros como fazem algumas Câmaras Municipais do interior. É preciso que os futuros pais acreditem que vale a pena nascer em Portugal e que os seus filhos terão uma vida melhor aqui. Se não for assim ou não têm filhos ou emigram e os filhos que tiverem lá fora não vão querer vir para cá.
Um estudo citado por Adriano Correia mostrou que um filho custa aos pais, desde o momento que nasce até sair de casa, em média cerca de 300 mil euros.
Portanto, não é com pensos rápidos que se estanca esta hemorragia da falta de nascimentos. Como disse, são precisas medidas que garantam um futuro para quem aqui nasça.
Ser pai ou mãe é a coisa mais irreversível que existe. Ninguém de bom senso vai ter um filho, de forma pensada, só porque vai receber um aumento no abono de família ou uma prenda da Câmara onde vive.
Dito isto, num país que precisa de crianças, futuros adultos que descontarão para pagar as reformas dos idosos e cujos impostos irão garantir o normal funcionamento da sociedade através das suas infraestruturas e operacionais (escolas, hospitais, professores, médicos...), quando chega a hora de virem ao mundo esbarram contra a porta de um hospital fechado para partos.
É isto o que está a acontecer em Portugal.
Não há urgências de obstetrícia e ginecologia abertas em alguns hospitais do país desde há uns meses para cá e espera-se um Agosto caótico.
Só me ocorre uma palavra para descrever esta surrialidade: inaceitável.
Que políticos são estes que deixaram que isto acontecesse?
São exactamente esses mesmos políticos que só sabem governar em cima do joelho e não têm uma visão estratégica para o país. Uma característica própria de Estadistas que infelizmente não temos.
Podiam até ter dado um ar da sua graça de bons videntes e terem dito em Novembro aos pais para não dormirem juntos já que em Agosto não se pode nascer.
Para cúmulo a Directora-Geral da Saúde, Graça Freitas, pediu para se evitarem as urgências em Agosto. Ora como se uma grávida pudesse dizer ao filho que está para nascer para esperar até que as urgências hospitalares abram. Uma impossibilidade e uma incongruência, já que a Urgência existe para uma situação imprevista e cuja resposta tem que ser dada de imediato.
A Directora-Geral da Saúde é nomeada por políticos e está debaixo da tutela da Ministra da Saúde, Marta Temido. Ambas sem a tal visão estratégica que permite antecipar cenários e tomar medidas para os ultrapassar sem constrangimentos.
O inaceitável está a acontecer e tem rosto ou vários rostos que vão desde Graça Freitas, passando por Marta Temido e acabando em António Costa ou em Marcelo Rebelo de Sousa.
E o inaceitável já se revelou como uma doença grave que tem que ser tratada com urgência.
Por isso, não fechem as Urgências!