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Uma centena de antigos marinheiros – os filhos da Escola janeiro 1971 – como a sua gíria os identifica, visitaram Ponte de Lima no fim de semana. Tratou-se do encontro anual da incorporação daquele ano, que desta vez escolheu o Alto Minho.
Para a escolha do local do convívio, houve colaboração entre outros do amigo Mário Lourenço, de Vila Pouca de Aguiar, radicado em França, Nancy, ex – Presidente da Associação Franco – Portugaise de Vandoeuvre e sua Ronda Típica, cidade geminada com Ponte de Lima em 1989. Também, a ementa escolhida teve por base a confecção em 2018 do prato típico limiano naquela localidade, (por parte dos principais restaurantes da iguaria na sua origem).
Os visitantes eram provenientes de Monção a Faro, alguns acompanhados de esposas, e foram acolhidos pelo Serviço Municipal de Turismo.
Durante uma hora visitaram o centro histórico da urbe, nomeadamente vestígios da muralha, bairros da Judiaria, Pereiras e Arrabalde de S. João de Fóra, e ponte medieval.
Depois, foi a vez de conhecerem Ponte de Lima á Mesa! Um desfile de propostas, começando por umas entradas de vária charcutaria; seguiu-se o Bacalhau de Cebolada, tão ao gosto de António Feijó e Eça de Queirós; este, já havia elogiado esse comer numa datada de 10 de Maio de 1884, ao amigo Oliveira Martins, recordemos. E, Feijó, partilhava da sugestão, habitualmente no extinto Espanhol, á Rua da Prata, na Lisboa pombalina… seguiu – se, no desfile de travessas, o Sarrabulho á moda de Ponte de Lima, e, intervalo para sobremesas: aqui, o espaço aberto contemplava doces, frutas e quejandas combinações! Entretanto, chegara a animação: a tocata de Vitorino dos Piães, abrilhantava o evento, e eis que interrompe! Era a vez de nova utilização de talheres, em jeito de lanche: o arroz de feijão acompanhado das pataniscas de bacalhau, e o Loureiro ou Vinhão da Ribeira Lima, ou um tinto do Douro, regavam toda aquele cardápio de escolhas, farto, supérfulo talvez, para ver, comer, e reter sabor… alguns não conseguiram competir com o vizinho.
Chegara o tempo de discursos, e saudades dos tempos da tropa, das andanças por mares, de folhear álbuns dos actuais e falecidos marinheiros na mesa da presidência…Eis então que me recordavam um antepassado, homónimo: o almirante Tito Augusto de Morais (1880 – 1963), que motivou conversa mais demorada e troca de informações. Da sua folha de serviços, exalte-se: herói do 5 de Outubro; deputado às constituintes de 1911; capitão do porto de Setúbal e dos da Índia, e depois seu Governador; director geral militar das colónias; Ministro da Marinha; Presidente Tribunal Militar da Marinha, entre tantos cargos e condecorações recebidas em Portugal e estrangeiro. Pelas 20,00 h todos rumavam a suas casas.