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Depois da exposição – António Feijó 1859/1917 - realizada na Universidade de Estocolmo em Dezembro findo, a embaixadora de Portugal na Suécia, Sara Martins, desejava concluir a evocação do diplomata, poeta e gastrónomo.
Assim, a seu convite e da Associação de Portugueses de Estocolmo – Lusitânia – deslocamo-nos no passado fim de semana á Suécia.
Na recepção, aguardavam – nos além da representante do governo nacional, Duarte Martins Sacramento, natural de Santarém, cientista radicado na Suécia e Presidente da referida Lusitânia, Pós- Doutorado em Fisiologia Molecular, docente no Instituto Karolinska, uma das “maiores faculdades médicas da Europa “, com Hospital integrado. Juntamente com o líder daquela coletividade de cultura portuguesa na capital escandinava, seus pares: o tesoureiro, Pedro Preto, e a vogal Gisela Cunha.
O programa prosseguiu com o jantar, limitado a duas dezenas de participantes, e ao gosto de António Feijó e seu amigo Eça de Queirós, com o bacalhau de cebolada, prato que era obrigatório nas férias dos dois diplomatas por Lisboa. Para molhar o fiel amigo, foi escolhido um Loureiro da CUCA, Ponte de Lima, e nas entradas: alheira de galo da MinhoFumeiro grelhada, acompanhada de legumes, tomate cherry, salpicão da Serra de Arga, chouriça de carne e queijo de cabra, nacos de broa de milho. Na sobremesa, houve doces de gema também levados de Portugal, e um leite Creme, fechando o manjar assinado pelo chef Paulo Santos, da Quinta de S. Sebastião, arredores da nossa vila.
Entre os participantes os embaixadores: Lautaro Malo, do Equador, antigo Director Geral de Protocolo e Cerimónias de Estado daquele país natal dos antepassados da esposa do poeta; Herñan Bascuñán, do Chile, e a já referida anfitriã, Sara Martins, para além de outros lusitanos na “cidade Boreal”, como a designava Feijó!
Nos discursos, a nossa representante diplomática agradeceu a cerimónia como encerramento da homenagem ao poeta e diplomata de Ponte de Lima, “cujo perfil de gastrónomo faltava recordar, mas que hoje realizamos”, com agradecimentos ao delicioso prato de bacalhau, a repetir, frisou, (secundada de agradecimentos dos restantes convivas), e a Duarte Sacramento e Lusitânia pelo excelente evento que organizaram.
Encerrando os panegíricos do serão literário, dissertamos também como acordado sobre – António Feijó e a Gastronomia –lembrando a preocupação do ilustre conterrâneo em cerimónias oficiais em Estocolmo, com presença de produtos portugueses, limianos à mesa: vinhos verdes e maduros, Porto e Madeira e Arinto de Bucelas (Loures); lampreia, salmão e mais sabores! Recordamos o jantar oficial de 13 de Março de 1907, com cardápio luso – francês e pormenorizamos também o consumo do bacalhau no povo limarense, pelo menos desde 1583 pois é salientado em actas de vereação, e a oferta desse peixe na Páscoa aos presos, por parte da Misericórdia local, além dum consumo regular nas tascas, feiras e restaurantes nos formatos de taquinho, naco, iscas, pastéis ou posta com cebolada, documentado a partir de 1860.