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Os dramáticos episódios da semana Santa, na Paixão e morte do Salvador, estimularam, para além das emoções, propósitos que se relacionam com a dor, a doença, o sofrimento humano, a morte e sobretudo a vida! Aquele que suou sangue, que duvidou e teve medo, que sofreu a infâmia morte na cruz, é o Senhor da Vida, em quem podemos confiar perdidamente! Porque Ele é a imagem dos que sofrem e dos que são perseguidos em Seu nome; dos excluídos e explorados; dos doentes e dos que suportam a dor com resignação; das vítimas da guerra e da fome; dos oprimidos e desesperados; e de todos os que andam atormentados… A falta de regras e de orientação leva muitos à guilhotina do desespero.
Neste nosso mundo, perpassado por uma onda de racionalismo, nesta sociedade que contraria a transcendência, reflecte-se, como não podia deixar de ser, uma estranha angústia. E nem o avanço científico, deveras impressionante e a tecnologia de ponta que cria novas necessidades consumistas, não preenchem o vazio do coração humano. Ambos têm sido aproveitados para criar uma desesperante cultura de morte; foi-se criando uma mentalidade materialista redutora do humano. Entulhamos a alma de coisas na medida em que esvaziamos o coração de Deus; valerá a pena sacrificar a vida para salvar coisas? No meio de tudo isto, ainda há quem julgue que a morte é o ponto final da existência! Seríamos as mais infelizes criaturas se a nossa meta fosse o túmulo! “Onde está, ó morte a tua vitória”?
Tornou-se urgente parar, refletir, hierarquizar valores. Somos devorados pela vertigem da pressa e do egoísmo que nos fustiga; pensamos, habitualmente, pelos meios de comunicação social, invertemos, com desastrosas consequências, os verdadeiros valores. Desligamos, com tanta facilidade, relações e amizades antigas; incluindo os vários graus de parentesco! Gente de costas voltadas, de mal com a vida, carregando fardos inúteis! Desbaratam-se assim ocasiões de encontro fraterno e de partilha, que mais tarde se deploram amargamente! Este é um tempo propício à reconsideração e reparo; ocasião de aproximar e unir… Não se pode ter uma “Páscoa feliz”, com o coração empedernido. Desfaçamos as amarras que nos agrilhoam a alma e nos roubam a faculdade de ser felizes. Vivamos com júbilo, a festa magna da fraternidade e da comunhão fraterna, no supremo louvor de uma “Páscoa muito Feliz”!
©António Luís Rodrigues Fernandes
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