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Algumas dificuldades, na entrega dos corpos têm acontecido, dada a quantidade de mortes diárias, mas um facto, demasiado cruel terá ocorrido recentemente: Duas senhoras terão dado entrada no hospital. As identificações estavam trocadas. Uma delas viria a falecer e o facto comunicado à família que, depois do velório, sem ter visto o corpo, ordenou a cremação. Entretanto, a senhora que supostamente teria falecido, afinal estava viva, o que motivou uma grande alegria à família.
A certidão de óbito terá sido emitida a esta pessoa que, afinal, estava viva. As cinzas de senhora que foi cremada, foram devolvidas à família verdadeira. Agora há toda uma questão jurídica para resolver, possivelmente, no Ministério Público. Responsáveis por esta troca de identidade, quem são? Porque razão as urnas são entregues fechadas e não têm um espaço, na tampa, ao menos para se ver o rosto da pessoa falecida?
Um outro aspecto muito preocupante, reporta-se a situações de doentes com diversas patologias: cancerosos, diabéticos, epiléticos, obesidade, doença pulmonar obstrutiva Crónica, doenças cardiovasculares, doenças do foro neurológico, hipertensão, asma, doenças reumáticas, visão, entre outras, que não estarão a ser acompanhados com a rapidez e assiduidade que as mesmas exigem.
A desprogramação das atividades ditas normais, inclusive as consultas de rotina e/ou de urgência estão com atrasos da ordem de alguns meses, o que conduz à morte de muitos dos doentes, que aguardavam uma consulta, uma intervenção cirúrgica ou uma simples prescrição de medicação.
Neste tempo “pandémico”, em que milhares de profissionais de saúde, forças armadas e de segurança, autarquias, bombeiros, cidadãos voluntários, que ajudam no que podem e sabem, todos estão da denominada “linha da frente”, embora uns mais expostos do que outros: médicos, enfermeiros, técnicos de diagnóstico, assistentes operacionais, que lidam com os doentes, diariamente, e, muitos profissionais, acabam, também eles, por serem infetados, transmitindo às próprias famílias a doença e, mais ainda, muitos destes “heróis”, desta linha da frente, sucumbem à doença.
Algo mais, as entidades competentes têm e devem fazer, para a salvaguarda do maior número possível de pessoas infetadas pelo COVID-19, como ainda por aqueles cidadãos, com diversas patologias que aguardam há longos meses, uma intervenção do Serviço Nacional de Saúde, porque, efetivamente, “ninguém pode ficar para trás”, embora se assista, quase diariamente, que muitas destas pessoas, acabam por falecer, nas suas próprias residências, precisamente, porque afinal, “ficaram mesmo para trás”, por falta de assistência médica, medicamentosa ou intervenção cirúrgica atempada.