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Estamos perto do final do verão e começam os planos de novos projetos e prioridades. É frequente esta intermitência no foco que dedicamos às coisas, e é também comum uma certa esperança em que “a partir de outubro é que vai ser”. Mas porque será que esperamos pelo final do verão para iniciarmos projetos?
A primeira razão poderá estar no facto de agosto e setembro serem, por excelência, meses que muitas pessoas fazem férias. De alguma forma, parece aceitável que durante as férias estejamos “desculpados” se procrastinarmos e não fizermos um esforço por controlar hábitos, ou até mesmo alterá-los.
Outra possibilidade, relacionada com a primeira, poderá ser uma maior disponibilidade mental depois de um período de recuperação em que se pretende “recarregar baterias”. Assim, é expectável estar mais recetivo ao esforço de alterar rotinas e controlar os impulsos.
A quarentena do ano passado foi uma bela oportunidade para quem “não tinha tempo” para estas coisas... como eu. Vi-me privado de alguns hábitos como o trabalho fora de casa e tempo despendido em deslocação, precisamente, para reorganizar as minhas prioridades sobretudo no que à saúde dizia respeito. Ou seja, fiz o oposto e não esperei pelo final da quarentena para começar a adotar um estilo de vida mais saudável.
A vida é mesmo assim. Nem a tempestade nem a bonança duram para sempre. Não vale a pena esperar pelas condições perfeitas para iniciar objetivos a longo prazo. Naturalmente pode haver contextos mais favoráveis e outros que sejam menos, mas dado que controlamos muito pouco daquilo que nos acontece não faz sentido adiar uma coisa que de qualquer forma terá que ser ajustada ao longo do tempo. Acreditar que só a partir de outubro é que deve fazer mais exercício, equilibrar os seus hábitos alimentares, dormir mais horas, gerir melhor o stress, entre outros, é como não deixar que ninguém nos passe a vassoura nos pés com medo de ficar viúvo(a), é uma mera superstição.
Se pretende mudar algo na sua vida certifique-se apenas de três coisas: que é o melhor para si; que não prejudica ninguém; que tem o mínimo essencial (material, logística) para manter essa mudança ao longo do tempo. Ainda assim, mantenha o pensamento sempre aberto e crítico, pois poderão alterar as condições e ser forçado(a) a ajustar algumas coisas. Se falhar, pare e reflita para ver o que necessita mudar e se continua a garantir as três premissas do início deste parágrafo.
Já agora, segunda-feira é igual a terça. Outubro é igual a janeiro. Porquê que as dietas têm que começar à segunda, ou no início do ano? Menos desculpas e mais método. Cuide de si em todos os sentidos: mental, físico e social. Seja consistente ao longo do tempo, mas lembre-se que é livre de falhar de vez em quando desde que não torne a falha num hábito. A longo prazo até ganha mais respeito por si mesmo(a) sabendo que consegue fazer o que julgava ser impossível.