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Os portugueses são o jackpot" é uma expressão de um sociólogo suíço a referir-se aos emigrantes portugueses.
Os portugueses são de facto muito bons e como já o disse dão cartas em muitas áreas de actividade no mundo inteiro.
Também já o disse e repito, com gosto, que 40% da população activa do Luxemburgo, o país mais rico da Europa, são portugueses.
A pergunta que se deve colocar é porque somos maus cá dentro?
Este sociólogo disse isto porque os portugueses ganham pouco, trabalham muito e bem e sobretudo porque "não fazem ondas", ou seja, não levantam problemas nos países de destino.
O que não acontece com outros povos que querem fazer valer a sua cultura e hábitos nesses mesmos países.
Os portugueses adaptam-se e integram-se com facilidade nos países de chegada e talvez por isso se encontre um português nos quatro cantos do mundo.
Outra coisa valorizada é que o português é especialista no desenrasque. Um faz tudo, sem meios e quando menos se espera.
Algo muito bem explorado no filme "A Gaiola Dourada" em que o marido da porteira arranja tudo aos vizinhos e não importa a que horas.
Como vemos, somos muito valorizados no estrangeiro e recentemente, na crise de 2011 com a "Troika" em Portugal, muitos portugueses foram trabalhar para outros países.
E não se tratou apenas da mão de obra pouco qualificada, pelo contrário.
Dou o exemplo dos enfermeiros que foram trabalhar para a Inglaterra onde receberam salários decentes e deixaram uma imagem de excelência de Portugal.
Tanto é verdade, que agora com o Brexit muitos estão a ser convidados para irem trabalhar para a Alemanha.
E não são apenas os enfermeiros.
Falo por exemplo de muitos médicos que já estão a trabalhar na Alemanha com salários que Portugal não pode sequer competir mas cuja formação custou em média cerca de 100 mil euros ao Estado português.
Portugal forma e depois "convida" a sair e a Alemanha aproveita porque a formação de um médico português para esse país foi zero.
De facto, em Portugal não produzimos, talvez por termos gestores de empresas que não sabem valorizar a sua mão de obra.
Empresas que pagam salários miseráveis e que têm lucros fabulosos.
Um Estado que desincentiva a iniciativa privada com burocracia, um sistema de justiça jurássico e com impostos absurdos.
CEOs de topo que quando são contratados para reestruturar uma empresa a primeira coisa que lhes vem à cabeça é a palavra "despedimentos" mas que não abdicam do seu bruto salário e de todas as benesses associadas ao salário.
Em Portugal não produzimos porque entre escolher um salário de 500 euros ou um subsídio de 400 a decisão não parece difícil.
Portugal vai assim enganando as estatísticas do desemprego, do emprego precário e de muita exploração visível a céu aberto mas disfarçada por engenheiros financeiros pagos a preço de ouro pelos sucessivos governos.
Mas, digam o que disserem, nós temos hoje a geração mais bem formada de sempre e que já viu que o mundo é o mercado de trabalho.
A continuar assim, sem uma visão estratégica do futuro, sem o apoio à natalidade, Portugal será em 2100, segundo as previsões, um país com com 4 milhões de habitantes.
Provavelmente de velhos e e um país que voltou ao tempo das leirinhas de Miguel Torga.
Enfim.
Portugal no seu melhor ou como diria um bom português "O rei vai nu"!