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O forte sismo que abalou Marrocos na noite de sexta-feira provocou, para já, mais de mil mortos, tendo o governo português decidido enviar um avião da Força Aérea para Marraquexe a fim de retirar os portugueses que queiram regressar.
O balanço mais recente de vítimas, feito pelas autoridades marroquinas, dá conta de 1.037 mortos e 1.024 feridos, dos quais 721 em estado crítico, o que deverá aumentar o número de vítimas mortais.
A província com mais vítimas registadas é Al-Haouz, a sul de Marraquexe e próxima do epicentro, com mais de metade dos mortos (542), segundo o balanço oficial, citado pela agência francesa AFP.
Segue-se Taroudant (321 mortos), mais a sul, igualmente uma zona rural montanhosa no coração do Alto Atlas.
As regiões de Chichaoua, Ouarzazate, Marraquexe, Azilal, Agadir, Casablanca e Al Youssufia também registaram vítimas mortais.
De acordo com o Instituto Nacional de Geofísica de Marrocos, o sismo atingiu a magnitude 7,0 na escala de Richter e ocorreu na região de Marraquexe (norte) às 23:11 de sábado, a uma profundidade de oito quilómetros.
O epicentro foi na localidade de Ighil, situada a cerca de 80 quilómetros a sudoeste de Marraquexe.
O forte sismo foi sentido em Portugal e Espanha.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal anunciou que vai enviar um avião da Força Aérea para a cidade de Marraquexe, “para retirar os portugueses que queiram regressar” de Marrocos, garantindo, por outro lado, que os portugueses contactados se “encontram bem, não tendo reportado problemas de saúde ou danos materiais substantivos”.
Três desses portugueses são presidentes de câmaras municipais do Algarve, que estão em Marraquexe numa deslocação de trabalho e que se viram obrigados a dormir na noite passada ao relento por causa do terramoto. Estão também no país representantes da Associação Geoparque Oeste (AGEO).
Os três autarcas (Loulé, Albufeira e Silves) estavam em Marraquexe a promover o projeto de criação de Geoparque Algarvensis Loulé-Silves-Albufeira na Geoparque Mundial da UNESCO, encontro em que também participavam os representantes da AGEO.
Manifestando “total solidariedade para com as autoridades e população marroquinas”, a diplomacia portuguesa garantiu que está a acompanhar “em permanência” a situação, mantendo contacto “com os cidadãos portugueses no país, em particular na zona do epicentro sísmico”.
O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, garantiu, por outro lado, que Portugal tem “tudo preparado” para ajudar Marrocos, estando a aguardar pelo pedido de ajuda por parte das autoridades de Rabat.
À semelhança de Portugal, outros países disponibilizaram ajuda imediata, desde logo a Argélia, que reabriu o seu espaço aéreo para voos humanitários e transporte de feridos de e para Marrocos, dois anos depois de ter proibido voos civis e militares deste país.
Também os Estados Unidos afirmaram estar prontos a prestar toda a assistência necessária à resposta de Marrocos a esta tragédia, bem como Reino Unido, França, Itália ou Espanha.
Outros países, como Angola e Cabo Verde, manifestaram solidariedade e condolências. Muitos estão disponíveis para enviar ajuda a Marrocos, mas ainda não é conhecido um pedido formal por parte das autoridades de Rabat.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antóno Gueterres, apelou, por seu lado, à “solidariedade global” para com o povo marroquino e manifestou prontidão para ajudar no apoio às vitimas do sismo de sexta-feira.