
Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor!
Os proprietários da Casa Grande de Sá, no âmbito de iniciativas culturais em parceria com o Clube de Gastronomia de Ponte de Lima, inauguradas a 15 de Maio último, com a evocação de António de Araújo e Azevedo (1754 – 1817), recordado como Conde da Barca, com diversificada actividade de diplomata, escritor, botânico e empresário, e nascido nesse solar, iniciaram outra série de eventos.
Designadas de – Tertúlias de Sá – tratassem-se de encontros isolados com colecionadores e gente da investigação, designadamente heráldica, história geral e da arte, bibliofilia e genealogia. Ora, foi exactamente esta última área de estudo que abriu as reuniões específicas sobre áreas do passado na região e país. Os convites e acolhimento, são elaborados pelos proprietários da histórica construção: o médico Miguel Ayres de Campos, e o filho, homónimo, profundo conhecedor de arte medieval, temática de seu Doutoramento em Londres onde também é gestor de coleções privadas.
Com férias alargadas por Portugal devido á pandemia, Miguel Ayres de Campos – Tovar, tem reunido informações de realizadas em arquivos nacionais, designadamente na Torre do Tombo e no Distrital de Braga, para além de outros particulares.
Assim, entre cartas de brasão e pedras de armas, genealogias e pesquisas em campo, a primeira tertúlia em Sá reuniu um leque de amantes de antiguidades regionais. As presenças, repartiram-se: Sebastião Lencastre, residente em Lisboa e proprietário do grande Solar de Bertiandos; António David Sarsfield Rodrigues, familiar do saudoso Lambert Pereira da Silva, autor da monumental obra Nobres Casas de Portugal; residente no Porto, mas com raízes e residência de férias em Beiral do Lima, autor da publicação – Os Sarsfield em Portugal – lançado em 2017; Manuel Guilherme Vasconcelos, de Arcos de Valdevez, mas com tronco na Casa do Rego do Azal, em Santa Comba, Ponte de Lima, autor da leitura dum Nobiliário setecentista da Torre do Tombo, sobre os Abreus, editado pelo município natal; o aposentado Sargento da Brigada de Trânsito João Barbosa, que em Agosto lanço a História da sua terra, freguesia de S. Martinho da Gândara, uma publicação da Junta de Freguesia, e o autor destas linhas.
Durante três horas, em cima da mesa estiveram várias preciosidades em análise; em destaque, o original do Cancioneiro Chinês de António Feijó, datado de 1887 do Rio Grande do Sul, editado em 1890, e segunda edição em 1903, adquirido num alfarrabista portuense e vária documentação sobre genealogia. Nas conversas surgiu também como tema, a recordação da mais completa biblioteca limiana jamais reunida: a do jurista, e abastado proprietário Filinto de Morais (1892 – 1963), com destaque para umas raríssimas publicações de gente ilustre da Casa de Bertiandos e do Beato Francisco Pacheco, além da colecção de jornais.