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Ao visitar o cemitério de Père-Lachaise cruzei um jazigo com batatas colocadas cuidadosamente sobre a lapide. Coisa estranha para a cultura ocidental. Mas clarifiquei as dúvidas a seguir quando percebi que estava na sepultura de Antoine Parmentier, que, como vim a descobrir foi o pai da batata frita. Melhor, deu ao mundo o conhecimento e a possibilidade de passar a comer batata cozinhada das mais variadas formas pois até então as ditas, cruas, eram comida que apenas serviam para os animais.
Ora, estando agora a viver na terra conhecida pelas suas batatas fritas. Não confundir com french fries porque os belgas gostam de pensar que as batatas fritas são só deles. E de facto não conheço outra cidade em que constantemente estão filas para as mais conhecidas friteries do burgo.
Qual aventureira que sou, era pois, obrigatório experimentar as tão famosas batatas fritas. O que me valeu foi a cerveja a acompanhar. A cerveja belga vai bem com tudo e ajuda sempre a lavar o palato. Depois da experiência traumática questiono as minhas papilas gustativas, mas principalmente as papilas gustativas de todos aqueles que nas filas intermináveis esperam pela suposta iguaria, prato nacional. A resposta veio mais tarde. Afinal eram as minhas papilas gustativas, vegetarianas há mais de uma década que estavam destreinadas e sofreram um choque gastronómico. É que vim a saber que as ditas, as batatas, são fritas em gordura de cavalo. Revivo o choque sempre que sinto aquele aroma no ar…