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Reconstrução da igreja. Dolorosa espera, apesar de meio milhão de euros, em donativos! “Creiam-me muito junto de todos vós para convosco partilhar das vossas vidas e preocupações e ajudar-vos na vossa promoção e dignidade”.
João Lavrador, bispo da Diocese.
Quatro anos de espera e de contenda. A reconstrução da igreja paroquial, na freguesia de Lavradas, Ponte da Barca, continua adiada, por tempo indeterminado. Apesar de haver muito dinheiro para a sua recuperação. Que pode rondar meio milhão de euros. O povo foi solidário e honesto; confiou na entidade responsável pelo processo de reaver o local de culto católico. Agora – pelo que se vai sabendo – só há duas formas de fazer justiça, num processo controverso e doloroso. A primeira das atitudes será reclamar o dinheiro que foi dado, exclusivamente para a reconstrução. Assim se poderá evitar outras acções, que incluem as barras do Tribunal. O grande sarilho é quado o diabo se junta ao dinheiro. Com o qual não de pode, nem deve brincar!
Reina na freguesia e arredores, uma aparente acalmia, em relação à obra que deve requalificar o templo destruido pela violência das chamas, faz agora mil quatrocentos e sessenta dias! A fúria do fogo, o desastre e o sentimento de perda. A revolta e a dor, o desalento. Ao que se seguiu a resignação, a coragem e muita acção. A força da união e da solidariedade deram, rapidamente resposta a um profundo desejo da população: angariar dinheiro para reparar, reconstruir, reedificar. O quanto antes, dizia o povo, na sua intuição e sabedoria. Que cumpriu, com o desígnio de subsidiar tamanho empreendimento. De tal modo que, pouco tempo depois haviam os meios financeiros, suporte essencial, para arrancar e finalizar a obra, pondo termo a um pesadelo, que se veio a revelar, um agoniante calvário, que conta agora com quatro anos e muitos prejuízos morais e também financeiros.
“Em simultâneo deu-se início a umas reviravoltas, umas fintas, uns esquemas, que viriam a contrapor com a vontade da prometida e desejada reconstrução. Alguém iluminado - talvez pela loucura do dinheiro e à revelia de quem o oferendou – soltou a ideia de construir uma igreja nova, que inclui o derrube da casa, dita paroquial. O que gerou acesa polémica; com manifestações, contendas, insultos, perseguições, abusos de poder, alvoroço nas redes sociais, desgaste moral e até depressões!” Tudo o que a Igreja desaconselha e condena. Os media associaram-se e deram a conhecer ao mundo, a miséria humana vivida e provocada, por uma entidade vocacionada para o bem, para a paz e harmonia! Tanto que nunca deu a cara, nunca manifestou condescendência, esquivando-se a dialogar, ou mesmo justificar a tresloucada ideia de optar por uma obra desnecessária e que o povo não pode, nem deve pagar. Tanto que se recusou ao exercício de um referendo, proposta radicalmente chumbada pela junta fabriqueira. Para, em sua vez e lugar, se organizar uma suposta votação, dentro de paredes, entre amigos, num domingo, logo após o fim de uma missa. Manobra e recurso baixo demais, para a importância e a grandeza da matéria e do assunto em causa. Como que a esconder o sol com a peneira, a tentar validar uma irregularidade, um abuso, uma falsidade. O povo pagou para reconstruir e mais nada. Um acanhado grupo de gente sem escrúpuluos decide a construção de uma igreja nova. Gigantesco disparate, que triplica o orçamento, que ultrapassa um milhão de euros e que carrega com o prejuízo no abate da casa, que o povo construiu a pulso! Tais intentos geraram e continuam a fomentar a desordem e sérios constrangimentos relacionais na freguesia.
O absurdo enredo prosseguiu até à situação actual, com as escavações e consequentes estudos arqueológicos. Quem vai financiar esses trabalhos, já que o povo não pediu, nem consentiu essa ousada intervenção? Que é imposta, pela causa de um projecto de igreja nova, em folha! Despesas extras, já contabilizadas e que podem ultrapassar a rica soma de 50.000,00€. Haverá quem indique outro montante? Porque a simples reconstrução da igreja, tal como deve ser feita, não precisa, nem destes trabalhos de pesquisa, nem dos traços de arquitectura. A sua estrutura está intacta, pronta para desafiar o tempo e a história. Justifica-se, isso sim, uma boa avaliação e acompanhamento, de engenharia civil e mãos à obra!
Nestes quatro anos passados, com tantos sinais e modelos de contestação, em legitima defesa da honra e do património, foi possível cimentar outras tantas certezas.
A primeira de todas tem a ver com o engodo, o engano, a fraude! O povo sente-se enganado, de tal modo, que se está a organizar, no sentido de recuperar o seu dinheiro. “Eu dei para a reconstrução; se teimarem em fazer outra igreja, quero o meu dinheiro para cá, que bem falta me faz”, -afirmou um paroquiano devidamente identificado. E que considera justificado o cashback recuperação de um donativo, cuja finalidade foi escandalosamente adulterada! Para além da moral, a própria lei impede, um tal procedimento.
Outra certeza, que não passa despercebida tem a ver com o numero de pessoas falecidas; transportaram para o além, a mágoa de não poder ver restaurada a sua igreja paroquial!
Outro facto histórico, no rol das certezas, prende-se com o dramático acidente de viação, que vitimou D. Anacleto Oliveira, Bispo da Diocese. Que tinha vindo a Lavradas pedir solidariedade, dinheiro. Não para uma igreja nova, longe disso, mas sim para reconstruir a que tinha ardido. Pensava-se então que, face aos acontecimentos, aos sinais e dramas, se fizesse um mea culpa e se pensasse bem naquilo que se anda a fazer. Arrepiar algum caminho, assumir o erro, que é pecado capital. A Igreja de Viana e os seus mais directos responsáveis, não precisavam de toda esta humilhação!
Mais uma certeza e compromisso foi a assinatura de um protocolo de colaboração e de entendimento, entre a Fábrica da igreja e a Câmara Municipal. Essa pragmática troca solidária deixou a população satisfeita; mais que um sinal foi uma acordo firmado, sobre a reedificação da igreja, para a qual a entidade autárquica, na pessoa do seu presidente Augusto Marinho, afiançou significativa soma em dinheiro, entre outros apoios técnicos e de logística.
Outra certeza foi o desdém que deram ao parecer negativo da Direção Regional e Cultura do Norte, que por duas vezes aconselhou, com razão fundamentada, que fosse reconstruída a igreja, destruida pelo fogo.
De salientar ainda, os comportamentos que fizeram aumentar a crítica e suspeição; de onde ressaltam os mais abomináveis comentários na freguesia, com extensão a todo o Concelho, ao Distrito, ao País e mesmo no estrangeiro, por onde a generosidade dos nossos compatriotas em diáspora rendeu avultada soma em dinheiro! Foram feitas comparações com o escandâlo do caso “Pedrógão Grande”!
Outro facto tido em conta, foi a criação de uma Comissão Cívica e de Acompanhamento, no sentido da cooperação, entre as partes. Com mais eficácia e transparência. Uma mais valia, num processo que é de todos, para todos.
Mais uma preocupante certeza é ver a prática religiosa e dos sacramentos, na sede de Junta de freguesia, com carácter permanente! Facilitismo doentio e abusivo de um espaço cívico e cultural, vocacionado para as actividades associativas e socioculturais da freguesia. Objectivamente fora da lei, que tolera, que fecha os olhos, que relativiza. Não é benéfico em termos de pastoral activa. De um remedeio passou a uma dependência de duração indterminada. Nota negativa, seguramente.
Por tudo isto e muito mais, nem “todos os caminhos vão dar à Igreja”! Também não é “praça da emoção às veredas da reflexão”. Escreveu, recentemente um dos membros da junta fabriqueira! Que até referiu e cito: “passados quase cinco anos sobre o incêndio”; na verdade já são 4 os anos de espera. Uma fraca prosa, a tentar fazer da fraqueza, alguma força. Areia para os olhos. Porque nada diz, no sentido da (in)formação, da denúncia e/ou da verdade! Vazio de conteúdo, apesar de encher uma página A3 do conceituado jornal, “Notícias da Barca.” E a meio do enfadonho texto, o leitor rematou: -isto é mesmo ridículo! E vergonhoso, concluiu.
Nesta fase e atendendo às mudanças efectuadas, nomeadamente a entronização de D. João Lavrador, o novo Bispo Diocesano, cresce a expectativa de uma reconsideração, sobre todo o processo de reconstruir a igreja. Se o novo prelado tiver a sensibilidade da justiça e da verdade, do bem e da paz, do respeito e da fraternidade, só terá um caminho a seguir: ordenar a reconstrução da igreja, tal como previsto, logo no início, cujo slogan e campanha de angariação de fundos era e cito: “Vamos reconstruir a nossa igreja”!
João Lavrador tem agora a missão, que é responsabilidade, em avaliar e decidir. Que o Espírito da paz o inspire e lhe conceda, força e alento. Para finalmente devolver a Lavradas e seus fregueses a união e o sossego que merecem. Como sequência da simples reconstrução da igreja paroquial. Já amplamente fianciada pelos donativos recolhidos. Vamos ficar atentos e interessados, nesta causa de todos: reconstruir a igreja paroquial, segundo os critérios estipulados na campanha e angariação de dinheiro. Traduzida numa vontade abrangente e decidida. Todos por Lavradas, nos seus direitos fundamentais.
Finalmente, que nada nem ninguém nos retire a paz interior e o sentido da verdade. Felizes os que observam o direito e praticam a justiça, em todo o tempo e em qualquer circunstância!
Festas felizes, para todos vós e vossas famílias. Que seja o último Natal, dos cinco, sem a igreja recuperada!
E que o ano de 2022 nos traga a concretização de muitas oportunidades; de realização, de sucesso pessoal e profissional. E que a esperança se sobreponha sempre, a qualquer desespero, dor ou constrangimento. Por nós e pelos outros, de quem dependemos.
“Quero aprender com todos para me sentir integrado na riqueza cultural, na profunda fé vivida e partilhada, numa sociedade mais justa e fraterna e, na alegria do Evangelho, projetarmos em conjunto um futuro de esperança” -D. João Lavrador, novo bispo da Diocese de Viana do Castelo
““É com muito afeto que saúdo todos os excluídos, marginalizados, isolados e que sofrem qualquer tipo de pobreza e perturbação” -D. João Lavrador, Bispo da Diocese de Viana do Castelo