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Dos sucessivos alargamentos ao Brexit, a União Europeia (EU) foi avançando graças a sucessivas crises de integração. Como projeto, assegurou mais de 70 anos de paz com ganhos significativos de qualidade de vida para os seus povos. Será preciso (mais) uma guerra na Europa para termos, finalmente, uma Europa Federal?
Não é só a ausência de capacidade militar organizada (até porque os países membros da EU juntos gastam mais que a Rússia em despesa militar), a dependência energética da Europa coloca-a numa situação de fragilidade crónica, com uma expressão muito evidente na eminente falta de consenso dos líderes europeus quanto a sanções a aplicar à Rússia.
O novo governo da Alemanha já inclui no seu programa o objetivo ajudar a construir a uma Europa Federal. O Presidente Macron não se cansa de lançar a necessidade de refletirmos sobre o novo reenquadramento geoestratégico da EU. A Itália, não obstante o seu governo ter que lidar com uma coligação difícil, tem um dos executivos mais europeístas dos últimos e atribulados anos.
A Holanda, a Bélgica, o Luxemburgo, a Estónia e a Irlanda são países liderados por europeístas convictos com grande vontade de renovar a EU. Enfim, poderíamos dizer que facilmente poderíamos ter um grupo de 10 nações a darem o primeiro passo na constituição de um grande estado Federal. Outros se seguiriam, com certeza.
Temos que ter a coragem de deixar de ser essencialmente uma união económica cujo seu funcionamento é cada vez mais difícil de governar, com camadas e camadas de asfixiante burocracia que ameaçam paralisar a UE. As soberanias, os símbolos, as monarquias, as bandeiras, seriam salvaguardadas. Ninguém é obrigado a entrar, nem ninguém é forçado a ficar, se quiser sair.
Precisamos de uma Constituição simples que seria referendável, instituições bem definidas, poderes e competências claramente atribuídas.
As vantagens são enormemente superiores aos prejuízos. Passaríamos a ser um dos 3 blocos económicos mundiais, o 4º bloco militar global, e seguramente o bloco democrático mais ecológico e humanista do planeta. A Federação Europeia seria muito mais influente, mais próspera e justa, para além da sua capacidade de integração social e de crescimento serem multiplicadas.
Não nos podemos esquecer que estamos perante uma crise demográfica na Europa. As inúmeras sinergias possíveis, a mobilidade interna, o dinamismo gerado pela migração interna e externa, trariam inovação a capacidade de empreender algo grande, muito bom e superior. A Europa, como grande nação federal, deixaria de ser um dilema permanente, uma promessa adiada, um futuro interminavelmente aguardado.
Pode ser mesmo já, ainda antes do final da década, uma Federação que orgulhe os europeus e o mundo!
Pedro Malheiro
Candidato #2 do Volt Portugal ao Círculo da Europa