Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor!
O que parecia ser impossível acontecer em pleno Séc. XXI na Europa, infelizmente, está a acontecer. Uma guerra no continente europeu. Isto é o que, infelizmente, nos entra diariamente pela casa dentro. Assistimos à destruição da Ucrânia, à morte da sua gente e à fuga do povo Ucraniano da sua pátria, sem que nada tivesse feito de errado para merecer tão negro destino.
Mas, mais do que falar da guerra, gostaria de deixar aqui umas breves reflexões de como se chegou a esta triste realidade.
A comunidade internacional andou, durante muito tempo, toda muito preocupada com a Venezuela e o senhor Maduro. Não temos dúvidas de que o povo venezuelano tem todo o direito de viver em paz e liberdade, de ter eleições livres e democráticas, de se poder exprimir livremente.
Mas, pergunto eu: há quantos anos não há eleições livres e democráticas na Rússia? Há quantos anos não é permitida a oposição livre na Rússia? Há quantos anos os que ousam criticar Putin, são assassinados, vítimas de acusações forjadas e condenados sumariamente? Há quantos anos não pode haver manifestações democráticas na Rússia, contra Putin? Resulta claro que Maduro nunca foi problema para coisa alguma. Maduro não representa perigo algum para o mundo. Mas, a comunidade internacional, vá se lá perceber porquê, andou muito entretida com Maduro enquanto Putin, tranquilamente, ia fazendo o seu caminho.
E o que fez a Europa para evitar o que está a acontecer e para acautelar os interesses dos europeus?
Nada. Infelizmente, a Europa, há muito que deixou de ser o projecto para que nasceu. A Europa nasceu como projecto de paz. No pós II Guerra mundial a decisão europeia foi: Guerra na Europa nunca mais. Mas, infelizmente, há muito que a Europa perdeu a sua essência, se esqueceu das suas gentes, e se transformou, lamentavelmente, numa organização económica e financeira, em que a única coisa que interessa é o lucro, o dinheiro, nada mais.
Uma das maiores tristezas da Europa é nem conseguir ser auto-suficiente. Isto porque os intelectuais de pacotilha preferem pagar aos europeus para não produzirem, que pagar para que produzam. Nunca entenderam – para tal tinham de ser dotados de inteligência - a expressão do povo “mais vale ter para dar que ter de pedir”.
Nesta Guerra tenho ouvido outra coisa que me tem intrigado, e que é o seguinte: “A europa está a fornecer armas à Ucrânia”. Vamos lá deixar-nos de eufemismos e assumirmos as coisas, tal como são. A Europa não está a fornecer armas à Ucrânia, a Europa está, infelizmente, a vender armas à Ucrânia. Business puro e duro. Vergonhosamente, a Europa está a ganhar dinheiro com a Guerra e a morte do Povo Ucraniano.
A Comunidade internacional, no seu todo, abandonou a Ucrânia e o Povo Ucraniano à sua sorte. Ouvi grandes intelectuais dizer na Televisão que a NATO não podia intervir, porque a Ucrânia não pertencia à NATO. É uma realidade. A Ucrânia não pertence à NATO. Mas, será que quando se deu a Guerra do Golfo o Kuwait, pertencia à NATO? Por que razão um teve direito a intervenção internacional para sua defesa e a Ucrânia não!!!
Ao longo de todos estes anos, tudo foi permitido a Putin, todos andaram com ele ao colo. Putin funcionou como os miúdos que vão testando os pais, para ver o que podem ou não fazer. Putin percebeu que poderia fazer o que bem entendesse que ninguém se lhe oporia. Eis o triste e vergonhoso resultado que a todos deve envergonhar.
Fernando Vaz das Neves
P.S. -Deixo aqui um abraço de solidariedade para com todo o povo Ucraniano