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Copenhaga, 21 out (Lusa) - Várias dezenas de pessoas, incluindo o embaixador português Rui Macieira, participaram hoje em Copenhaga, capital da Dinamarca, na vigília promovida pela comunidade lusa residente naquele país nórdico, no âmbito da iniciativa "Portugal Contra os Incêndios".
Esta ação solidária e apartidária iniciou-se às 17:00 locais (menos uma em Portugal), para coincidir com as ações previstas, em Portugal e inspiradas no movimento "Portugal Contra os Incêndios", e teve lugar junto à embaixada portuguesa na capital dinamarquesa.
"O senhor embaixador, Rui Macieira, fez questão de estar connosco, agradeceu a iniciativa e juntou-se a nós em alguns minutos de silêncio que dedicámos às vítimas e familiares dos terríveis incêndios que vitimaram tantas pessoas no último fim de semana em Portugal", disse à agência Lusa Daniel Carvalho, um dos promotores da iniciativa.
Os participantes, estimados em algumas dezenas, na sua maioria portugueses, mas também da Galiza, Espanha, e dinamarqueses, levaram velas e flores, que depositaram junto à entrada da embaixada, num cenário composto por várias bandeiras portuguesas.
"O tempo frio, acompanhado de chuva, não ajudou, mas estamos satisfeitos com a adesão das pessoas. Os portugueses que aqui vieram, cerca de 50, em representação de muitos outros que não puderam vir, vincaram nesta revolta silenciosa a sua indignação pelo que aconteceu, esperando que sejam tomadas todas as medidas que previnam este tipo de tragédias", sublinhou Daniel Carvalho.
O investigador português na Universidade de Aarhus, de 23 anos, disse ainda esperar que a vigília possa servir para unir ainda mais a comunidade portuguesa, reiterando que, apesar da distância, "todos têm enorme orgulho e muitas saudades do país".
As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram 44 mortos e cerca de 70 feridos, mais de uma dezena dos quais graves.
Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, sobretudo nas regiões norte e centro.
Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão Grande, em junho deste ano, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 vítimas mortais e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.