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(Lusa) – A Comissão Europeia disse hoje esperar que a reabertura do turismo em Portugal permita ajudar à “recuperação gradual” da economia portuguesa, dado este ter sido dos setores mais afetados pela pandemia de covid-19, como outras áreas de contacto.
“No que diz respeito ao turismo em Portugal, vemos já que este [setor] começa gradualmente a reabrir e que os turistas começam a chegar de novo, pelo que se pode esperar que também contribua para a recuperação da economia portuguesa”, disse o vice-presidente executivo da Comissão Europeia Valdis Dombrovskis.
Falando aos jornalistas no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, no final de uma reunião informal dos ministros europeus das Finanças (Ecofin) numa altura em que Portugal assume a presidência do Conselho da União Europeia, o responsável observou que “o setor do turismo cresceu consideravelmente ao longo da última década” em Portugal.
Ainda assim, “há outros Estados-membros da UE cujo peso do turismo na economia é maior do que em Portugal”, ressalvou Valdis Dombrovskis, assinalando que, além deste, houve “outros setores de contacto também fortemente afetados, […] como dos eventos culturais e de entretenimento e dos transportes, especialmente da aviação”, em Portugal e não só.
Desde o dia 17 de maio que os passageiros de voos originários dos países que integram a União Europeia, países associados ao Espaço Schengen (Liechtenstein, Noruega, Islândia e Suíça) e Reino Unido, que apresentem uma taxa de incidência de infeção por SARS-CoV-2 inferior a 500 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, podem realizar todo o tipo de viagens para Portugal, incluindo viagens não essenciais (como para turismo).
Como condição, os passageiros têm obrigatoriamente de apresentar um comprovativo de resultado negativo de teste laboratorial (RT-PCR) de rastreio ao vírus SARS-CoV-2, realizado nas 72 horas anteriores ao momento do embarque.
Também a 17 de maio, o Reino Unido iniciou uma nova etapa do plano de desconfinamento, incluindo autorização para viajar de férias para o estrangeiro, numa altura em que apenas alguns países, entre os quais Portugal, permitem a entrada a britânicos.
Nestas declarações aos jornalistas, Valdis Dombrovskis abordou também o Plano de Recuperação e Resiliência de Portugal, submetido à Comissão Europeia em meados de abril e prevendo um total de 16,6 mil milhões de euros (dos quais 13,9 mil milhões de euros dizem respeito a subvenções a fundo perdido), falando em “muita ênfase na diversificação da economia, no reforço do valor acrescentado da economia e na inovação”.
“E, por isso, penso que a concretização do Plano de Recuperação e Resiliência facilitará, de facto, o crescimento económico sustentável em Portugal”, concluiu Valdis Dombrovskis.
Na sexta-feira, o Governo apresentou o Plano Reativar o Turismo|Construir o Futuro, que define um investimento de 6.112 milhões de euros no setor turístico português para ultrapassar a meta de 27.000 milhões de euros de receitas turísticas em 2027.
Ainda nesse dia, os embaixadores junto da União Europeia deram “apoio unânime” ao acordo alcançado na quinta-feira sobre o “certificado digital covid-19”, que visa facilitar a livre circulação no espaço comunitário desde o verão, faltando o aval final do Parlamento e Conselho para este livre-trânsito comprovativo da testagem, recuperação ou vacinação entrar em vigor.