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Alice Barbuda tinha acabado de chegar a casa, depois de ir buscar as crianças ao infantário.
Por esta altura já deves estar a perguntar que raio de nome é esse para uma mulher. Sim, o seu nome é Alice Barbuda, apesar de ter uma pele fina e delicada. Alice não tem qualquer culpa. Parece que aquilo foi um tema de grande discussão por altura do seu registo, mas foi aquele nome que venceu.
O seu marido e o pai das três crianças ainda estava a trabalhar e naquele dia chegaria bastante mais tarde. A horas de Alice e as crianças estarem a dormir depois do banho e do jantar.
Alice entrou em casa depois de colocar os seus três filhos e de descarregar as compras que havia feito no supermercado antes de ir buscar as crianças ao jardim infantil.
André com 2 anos, António com 3 anos e Álvaro com 4 anos.
Sim, sei o que deves estar a pensar.
Durante aquele período Alice Barbuda não teve descanso. Foi um filho a seguir ao outro.
Voltemos à história.
Sentou António e Álvaro no sofá da sala com um telemóvel nas mãos do primeiro e um tablet nas mãos do outro. Ligou a televisão para os manter ocupados, enquanto preparava o jantar. O mais novo, André com 2 anos estava a aprender a sentar-se no penico. A mãe percebeu que ele queria satisfazer as suas necessidades fisiológicas e sentou-o no penico na casa de banho. Dali sairia diretamente para a banheira para tomar banho com os seus irmãos antes de irem jantar.
Alice voltou à cozinha para ver como estava a sopa e os filetes de pescada no forno. Entretanto fazia um arroz branco para acompanhamento. Voltou à casa de banho e André estava sentado no pote. Passou pela sala e as crianças estavam à bulha por causa do telemóvel, saltou para a cozinha e percebeu que o arroz estava a agarrar ao fundo do tacho. Deitou água e fez abrandar a cozedura. Deu um grito em direção à sala para as crianças se acalmarem. Mas só piorou e elevou ainda mais os ânimos.
Entretanto André começou a chorar. Um choro fora do habitual que vinha da casa de banho. Alice barbuda largou tudo na cozinha e foi ver o que se passava. O pequeno André estava todo sujo na cara e com o penico enfiado no pescoço. Alice tentou tirar o penico da cabeça do André mas não conseguia e André chorava ainda mais. Alice começou a perder a paciência à medida que puxava com mais força, mas nada acontecia. Esqueceu-se do jantar na cozinha e das crianças na sala. Estava totalmente absorvida por aquela tarefa que se revelava impossível.
Foi à sala e sacou o telemóvel das mãos das crianças que desataram aos berros. Alice fugiu da sala e pediu socorro aos bombeiros.
“O meu filho de 2 anos tem o penico enfiando até ao pescoço e eu não consigo retirar. Ajudem-me”
Do lado de lá pediram para manter a calma, tanto quanto possível. Informaram que iriam enviar ajuda assim que possível.
De facto, passados 15 minutos, as crianças precipitaram-se para a janela que dava para a rua depois de ouvirem a sirene do carro dos bombeiros e verem as luzes azuis a rodar em todas as direcções.
Tocaram à campainha e Alice Barbuda foi abrir a porta de imediato. Depois de avaliarem a situação, foram buscar umas pequenas ferramentas ao camião dos bombeiros e dividiram as tarefas.
Alice estava nervosa e os bombeiros pediram para recuperar a calma. Alertaram para um cheiro a queimado que vinha da cozinha. Pediram para ela se ocupar dos tachos para evitar algum desastre. O arroz estava queimado, os filetes panados de pescada estavam carbonizados dentro do forno e a sopa ameaçava saltar por fora da panela.
Ficaram dois bombeiros a entreter as crianças na sala e o terceiro encaminhou-se para a casa de banho para libertar a criança do penico.
Depois de o bombeiro libertar o pequeno André do penico perigoso, esperou que Alice regressasse da cozinha. Entretanto, os dois bombeiros faziam pequenas brincadeiras na sala para entreter os dois irmãos que estavam deliciados com a sirene, as luzes e as fardas dos bombeiros.
O bombeiro disse à Alice que aquela noite do treino do penico podia ter corrido mal, mas afinal tudo terminou bem.
O comandante desejou uma boa noite a Alice e às crianças e desejou ainda melhor sorte no treino do penico.
As crianças pediram aos bombeiros para voltarem a ligar as luzes do camião e para tocarem a sirene uma vez mais. Os bombeiros haviam conseguido devolver a calma aquela família e ainda tinham conseguido divertir os irmãos que estavam na sala.
A Alice agradeceu aos bombeiros, porque eles haviam conseguido resolver uma situação que ela não estava a conseguir ultrapassar: libertar o seu filho do penico preso ao pescoço.
Antes de partirem, acenderam uma vez mais as luzes azuis e tocaram a sirene para as crianças penduradas à janela.
Alice tinha uma história para contar ao marido, assim que ele chegasse a casa. Provavelmente ele não iria acreditar à primeira na história da criança presa no penico.