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Também eu utilizo o Facebook e tenho sempre o maior prazer em ter notícias de pessoas que utilizam este meio para divulgar as suas atividades, impressões e maneiras de estar na vida.
É natural que se sigam uns mais que outros e alguns até nem os conhecemos pessoalmente, mas aquilo que colocam no Facebook tem a sua originalidade e o seu sabor.
Há poucos dias, li um post de um amigo que me comoveu. Trata-se de uma pessoa que é mais do que aquilo que se pode designar por “um amigo do Facebook”. Conheci-o pessoalmente, embora não fosse um íntimo, mas sempre o apreciei por ter um itinerário semelhante ao meu. Foi professor universitário de uma universidade estrangeira e quando perdeu a mulher, já reformado, regressou à sua terra natal.
Não perdia nenhum dos seus posts, sempre elucidativos, apreciando sempre o seu saber. Com ele aprendia sempre alguma coisa. Continuava um autêntico professor, sempre didático no domínio da literatura e da língua portuguesa, questionando constantemente as suas raízes e as suas expressões.
Como acontecerá talvez um dia a cada um de nós, reconheceu que, sozinho, a vida tinha os seus limites, e decidiu ir para uma instituição já que, nesta nossa civilização, temos de pagar para tratarem de nós.
Este amigo contava que estava edificado com a maneira como se ocupavam dele. Eram bons profissionais e, na sua qualidade de doente, já em cadeira de rodas, não podia pedir mais atenções.
Contava no referido post, que, após as empregadas lhe terem arrumado o quarto e feito a cama, pediu-lhes para o levarem até à janela de onde, por uns instantes, contemplou a paisagem infinita alentejana e os olhos começaram a ficar-lhe humedecidos e não escondeu as lágrimas que lhe corriam pelas faces, que a empregada mais nova correu a limpar-lhas.
E, interpretando o pensamento deste amigo, disse-lhe:
— É a sua terra?
E mais lágrimas lhe tombaram dos olhos.
Todos nós temos a nossa terra, a nossa casa, o nosso cantinho e quando estamos longe, talvez impedido para sempre de lá voltar, só as lágrimas nos podem consolar.
E terminava o post afirmando. “Não quero ter vergonha de chorar. Sim, sou homem. Mas sou humano, frágil e as lágrimas consolam-me, curam-me na triste situação em que estou”.
Deu-me vontade de o ir visitar. Talvez um abraço meu o reconfortasse, mas é possível que queira continuar a chorar sozinho.