Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor!
Desde há algum tempo, a Bélgica e outros países europeus têm dedicado o mês de setembro para divulgar o património existente nos respetivos países. Este ano, Bruxelas escolheu o tema a ARTE NOVA, cuja criação em muito se deve a este país onde houve uma plêiade de artistas que criaram e inovaram neste domínio, um dos quais e talvez o mais importante e o mais conhecido é, sem dúvida, Victor Horta.
A Arte Nova é um movimento artístico que surgiu no final do século XIX e marcou a transição entre o estilo histórico e o modernismo. Caracteriza-se pela utilização de formas orgânicas, curvas elegantes, motivos florais e cores vivas. A Arte Nova influenciou a arquitetura, as artes decorativas, a pintura, a escultura, o design gráfico e a moda.
Na Bélgica, a Arte Nova floresceu graças ao arquiteto Victor Horta, considerado um dos pioneiros do movimento. Concebeu muitos edifícios emblemáticos em Bruxelas, cujos principais são: a Maison du Peuple, o Palais des Beaux-Arts, o atual Museu Horta — sua casa de habitação e atelier, Hôtel Solvay, Maison Autrique, Hôtel Tassel, Hôtel Max Allet, Centre Belge de la Bande Déssinée, Hôtel Van Eetevelde.
A sua obra caracteriza-se pela riqueza dos materiais utilizados, pela fluidez dos espaços, pela luminosidade dos interiores e pelo trabalho estilizado em ferro. Outros arquitetos belgas também contribuíram para o desenvolvimento da Arte Nova, como Paul Hankar, Henry Van de Velde e Gustave Serrurier-Bovy.
Em Portugal, a Arte Nova foi introduzida por artistas que tinham viajado ou estudado na Europa, nomeadamente em França e na Bélgica. Foi aplicada principalmente nas fachadas dos edifícios, decoradas com cerâmicas, vitrais, esculturas e varandas de ferro forjado. Alguns dos exemplos mais notáveis da Arte Nova no Porta são: o Café Majestic, a Ourivesaria Cunha, a Livraria Lello e Irmão, os imóveis na Rua do Passeio Alegre, a Estação de São Bento e outros.
Em Aveiro podemos citar: a Casa Major Pessoa, o Museu da República, o Edifício da Casa dos Ovos Moles, o Edifício da residência do Arquiteto Silva Rocha.
Em Lisboa: a Casa Malhoa, a Tabacaria do Mónaco, o Edifício da Ordem dos Engenheiros, Edifícios na Avenida da República, nº 89, no nº 87 e no nº 23.
Em Braga: o Teatro Circo.
Em Coimbra: o Café Santa Cruz.
A Arte Nova testemunha a criatividade e a diversidade da expressão artística no final do século XIX e início do século XX. Reflete também as aspirações sociais, culturais e políticas de uma época marcada pelo progresso científico, pela revolução industrial e pelos movimentos nacionalistas. A Arte Nova é, por conseguinte, um património a preservar e a divulgar.