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A aprovação do Orçamento de Estado está em banho Maria. Nada de novo, é assim todos os anos.
Acontece que a ameaça da não aprovação do OE e consequentes eleições antecipadas aparecem como a arma de arremesso de sempre para as negociações entre os partidos.
Uma treta.
Todos sabemos que o Orçamento vai ser aprovado.
Umas cedências à esquerda, uns apelos ao sentido de Estado ao PSD e a coisa lá fará o seu caminho.
Estas negociações para o Orçamento de Estado, como em outras anteriores, para não variar, fazem-me lembrar aquela canção da Beatriz Costa no filme "A Canção de Lisboa" de 1933 com Vasco Santana e António Silva.
"Aí chega chega a tua agulha.
Afasta afasta o meu dedal"!
Já sabemos como acaba!
É certo que o Presidente Marcelo também dará a sua ajuda porque eleições antecipadas não lhe interessam.
Tudo em nome dessa coisa divina chamada "estabilidade".
Como se a "estabilidade" que vivemos fosse uma coisa preciosa. Os impostos estáveis, os preços dos combustíveis estáveis, dois milhões de pobres estáveis...
Marcelo, convenhamos, tem um dilema.
É que o Partido Socialista não tem oposição. Infelizmente, porque uma boa oposição também faz uma boa governação.
Portanto, existindo eleições, Costa sucederia a Costa.
Talvez o PSD crescesse se Rio desse lugar a Rangel.
Com Rangel o Chega poderia diminuir. O PCP entrava nos cuidados paliativos, o BE ia perder deputados, o CDS morreria e a IL ficava como está.
Costa seria eleito sem maioria, com menos margem para negociações o próximo governo estava condenado a acabar rápido. Uma boa notícia para Pedro Nuno Santos que está sedento de ocupar o lugar do "amigo" Costa.
Ninguém ficaria a ganhar porque Rangel, mesmo fazendo crescer o PSD, quer ser Primeiro Ministro.
Mas, em abstracto, tudo ficaria mais ou menos na mesma.
Enfim.
A agulha vai acabar por chegar ao dedal.
O problema é que o país não precisa desta podre estabilidade.
Precisa sim, de uma revolução!