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Com este artigo, encerro uma trilogia de artigos sobre vergonhosa ofensiva russa contra a Ucrânia.
Muitos poderão ser levados a pensar que esta guerra começou de repente, de um dia para o outro. Infelizmente não. Esta guerra foi pensada e planeada há muito tempo. Esta guerra começou a ser planeada em 1999, ano em que Putin assumiu o Poder na Rússia. Sim, para os que possam andar mais distraídos Putin está a frente dos destinos da Rússia há 23 anos. Alternando os mandatos com os seus fantoches políticos. Ora sendo Presidente, ora sendo Primeiro Ministro. Cansado dessas trocas, em Julho de 2020, encena um referendo, no qual procede a uma revisão Constitucional, já antes aprovada pelos seus fantoches políticos na Duma, que lhe permite manter- se no poder até 2036. Ora, se cumprir até ao fim, Putin cumprirá 37 anos de poder efectivo na Rússia.
Se me surpreendem as atitudes de Putin? Confesso que, pelo que fui vendo e lendo, nos últimos anos, evidentemente que não me surpreende. Qualquer pessoa, com a quarta classe, mal tirada, percebia isso. Mas claro que os nossos decisores e governantes, não perceberam e, como diz Durão Barroso, “não levamos Putin a sério” e “a Europa foi complacente com Putin”.
Alias, ainda menos se percebem as declarações e Barroso quando ele afirma: “O Putin que conheci era uma pessoa com um profundo ressentimento contra a decadência russa. Ele próprio disse publicamente que a maior tragédia do século XX foi o colapso da URSS (…). É um homem marcado, profundamente, pelo ressentimento”. O sonho de Putin foi sempre reerguer o império soviético. E a resposta da Comunidade internacional deveria ter ocorrido em 2014, quando Putin anexou a Crimeia. Nessa altura, a comunidade internacional deveria ter imposto as actuais sanções à Rússia. Mas não. Ainda lhe deram mais 8 anos para preparar a máquina de Guerra.
Todavia Putin cometeu erros de análise. Putin disse a Barroso que se quisesse tomava Kiev em 15 Dias. Putin cometeu um erro de amador. Menosprezou o seu adversário e sobrevalorizou as suas capacidades militares. Putin não contava encontrar, do outro lado, a resistência, a organização e o patriotismo que encontrou. E é assim que passados 60 dias de Guerra não só não conseguiu os seus objectivos, como tem sofrido baixas de peso na sua estrutura militar. Putin, perante a vergonha das baixas sofridas e objectivos falhados, ferido no seu orgulho e vaidade, ordena que se destrua tudo, que se disparem misseis contra tudo. A Ucrânia é hoje um país com muitas das suas cidades completamente destruídas, por ordem directa de Putin e dos seus fantoches e com a ingenuidade da comunidade internacional.
Esta é a segunda vez que a Ucrânia é dizimada pela Rússia. A primeira foi entre 1932 e 1933 Por ordem Directa de Jofeph Estaline, que com o Holodomor, matou à fome milhões e Ucranianos. A Segunda é agora, por ordem directa de Putin. Muitas das atrocidades cometidas nunca serão descobertas, uma vez que o requinte de malvadez é tal, que até incineradoras móveis, o exército russo, leva no seu contingente, para incinerar o máximo de corpos possíveis e assim ocultar os horrores cometidos. Mas o que já se conhece e o que ainda mais se descobrirá será mais que suficiente para condenar essa gente toda. Assim a comunidade internacional o queira e tenha coragem para isso.
Esperemos que a história não se repita. Esperemos que Putin, e os seus fantoches, sejam julgados e condenados por crimes de Guerra e que não sejam, como Estaline, venerados no futuro. Esta será a melhor reposta da Europa e do Mundo.