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Ajudar na prevenção e sensibilização para os incêndios em Portugal é o principal objetivo de um grupo de emigrantes residentes no Reino Unido, que realiza esta sexta-feira um primeiro evento, um jantar, de angariação de fundos, em Londres.
A "Diáspora por Portugal Sem Fogo" foi formada na sequência dos incêndios de 15 de outubro, que provocaram 45 mortos e cerca de 70 feridos, perto de uma dezena dos quais graves, e que se somaram, segundo a contabilização oficial, aos 64 mortos e mais de 250 feridos (registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo) -, do fogo de junho em Pedrógão Grande, que alastraram a municípios vizinhos.
Muitos dos elementos fundadores são de localidades da região centro, como Viseu, Oliveira de Frades, Coimbra e Penacova, algumas das quais afetadas diretamente pelos incêndios deste verão.
"Apesar de estarmos a viver cá fora, como é óbvio não poderíamos ficar indiferentes e quisemos de alguma maneira sentir que estávamos a contribuir e a ajudar", disse Diana Gomes, um dos elementos fundadores.
Natural de Leiria, esta analista financeira juntou-se a outros compatriotas, que têm profissões diferentes, como web designer e funcionários nos serviços médicos britânicos.
Vários dos membros do grupo são também bombeiros voluntários em Portugal, ativos ou na reserva, e, por isso, sensíveis ao tema.
"A nível individual, vários membros do grupo ajudaram através do envio de donativos em géneros, em bens de necessidade imediata, como roupa, bens alimentares, pequenos eletrodomésticos ou roupa para casa, que foram transportados de diferentes partes do Reino Unido para Portugal. Outros que estavam no terreno na altura coordenaram-se com bombeiros voluntários e outras organizações que estavam a atuar", contou à agência Lusa.
Passada a fase de ajuda mais urgente, o grupo quer agora centrar-se em ações que possam contribuir para "colmatar algumas falhas" na prevenção e combate dos incêndios florestais, a maioria, vincou, causados por humanos, quer por descuido, negligência ou por malícia.
Uma das propostas práticas discutidas foi apostar no uso de novas tecnologias e adquirir drones, que seriam entregues a organizações ou corporações de bombeiros em Portugal.
"A ideia seria adquirir equipamentos que poderiam ser utilizadas tanto na prevenção como na deteção mais rápida de um foco de incêndio. Usando a tecnologia de vídeo, essa informação pode ser usada para os bombeiros fazerem a análise de comportamento do fogo e ajudar na estratégia de combate", adiantou Diana Gomes.
A nível da sensibilização da comunidade, pensaram em mobilizar escuteiros e bombeiros voluntários para fazerem palestras em escolas e alertarem para a necessidade de limpeza das zonas florestais e para os riscos de certos comportamentos, como o uso de fogos para grelhados ou o descartar de betas de cigarros.
"De forma simples, mas tentando chegar às crianças, acho que ajudaria na educação e na sensibilização", enfatizou.
Durante o jantar de sexta-feira, vão ser sorteadas estadias em hotéis, cabazes de Natal e uma cópia da icónica fotografia da autoria do bombeiro Hélio Madeiras, que mostra uma coluna de fumo em pano junto a Vieira de Leiria.
O grupo, que é ativo nas redes sociais [https://www.facebook.com/diasporaporportugalsemfogouk/], quer também envolver britânicos e pessoas de outras nacionalidades para além da comunidade portuguesa para esta missão.
"Londres é uma mistura de pessoas todo o mundo e queremos sensibilizar os nossos amigos para o que se passou. Há uma certa confusão sobre como é que isto aconteceu. E há muito interesse em ajudar", garantiu.